O ministro Onyx Lorenzoni, da Cidadania, abriu a coletiva recintando provérbios bíblicos e acusando de “mentiroso” o deputado Luiz Miranda (DEM-DF), que denunciou o governo Jair Bolsonaro praticar corrupção na aquisição da vacina indiana Covaxin.
“Estamos no trigésimo mês sem corrupção”, disse Lorenzoni, sem levar em consideração a queda do ministro Ricardo Salles e a própria denúncia de Luiz Miranda.
“Bolsonaro é diferente, bota o joelho no chão”, disse o ministro sobre o chefe presidente da República.
“Quero começar lembrando Efésios 6:12, pois a nossa luta não é contra seres humanos, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas…”, recitou Lorenzoni.
Ele negou favorecimento, sobrepreço e ou a compra da vacina.
Segundo Onyx, Bolsonaro determinou a abertura, pela Polícia Federal, de uma investigação para apurar as declarações do deputado Luiz Miranda.
O ministro disse ainda que o governo vai instaurar um procedimento administrativo disciplinar contra o irmão do deputado Luiz Miranda, servidor do Ministério da Saúde, e propor à Procuradoria-Geral da República (PGR) que o parlamentar e o familiar sejam investigados por falsidade ideológica.
“Deus está vendo. Mas o senhor não vai só se entender com Deus, vai se entender com a gente também. E vem mais. O senhor vai explicar e o senhor vai pagar pela irresponsabilidade, pelo mau-caratismo, pela má-fé, pela denunciação caluniosa e pela produção de provas falsas”, ameaçou Onyx Lorenzoni.
O senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid, disse na GloboNews que vai pedir a prisão de Onyx. “Vamos pedir a convocação dele e, se ele continuar a coagir a testemunha, vamos requisitar a prisão dele.”
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Deputado disse que apresentou denúncia ao próprio Bolsonaro
O deputado Luiz Miranda afirmou nesta quarta-feira (23/6) à CNN que levou pessoalmente ao presidente Jair Bolsonaro “provas contundentes” de irregularidades nas negociações para a compra da vacina Covaxin.
“O presidente sabia que tinha crime naquilo”, disse o deputado. Miranda é irmão de um servidor do Ministério da Saúde que, segundo ele, teve conhecimento dos problemas. De acordo com o parlamentar, após o encontro, Bolsonaro ficou “convencido” e se comprometeu a acionar “imediatamente” a Polícia Federal.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.