Governadora demite homens de confiança de Beto Richa

A governadora Cida Borghetti (PP) demitiu nesta terça (15) o segundo e mais emblemático homem de confiança do antecessor Beto Richa (PSDB), Ezequias Moreira, ao extinguir a Secretaria Especial do Cerimonial e Relações Internacionais. O cargo tinha sido criado pelo tucano para garantir foro privilegiado para o ex-chefe de gabinete na Assembleia Legislativa no caso “Sogra Fantasma”.

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Ezequias Moreira foi demitido porque apareceu em trechos de delação premiada do empresário Eduardo Lopes, dono da Valor, acerca de desvios na educação investigados pela Operação Quadro Negro. Entretanto, Ezequias voltará à Sanepar para cumprir expediente como funcionário de carreira.

Na última sexta-feira (11), Cida já havia defenestrado Deonilson Roldo da diretoria de Gestão Empresarial da Copel e de outros seis cargos de conselho em órgãos governamentais e estatais, após a IstoÉ divulgar áudios em que o ex-chefe de gabinete do governador do PSDB, segundo a reportagem, negociou uma propina de R$ 2,5 milhões da Odebrecht para a campanha de reeleição de Beto Richa.

Com a demissão de Ezequias e Deonilson, os tucanos que ainda estão empoleirados em secretarias e estatais temem ser depenados nas próximas horas. A governadora assumiu a condição de faxineira e promete limpar quaisquer resquícios de corrupção em seu governo que iniciou há um mês.

“Não aceitarei desvio de conduta de nenhum membro do governo”, disse ela durante criação, na semana passada, da Divisão de Combate à Corrupção no Governo do Paraná.

Economia

Deonilson era o braço direito de Beto Richa no governo e Ezequias era o braço esquerdo de Beto Richa no governo, mas, segundo observadores na Assembleia Legislativa, o ex-governador ainda tem muitos correligionários nomeados em cargos estratégicos em todos os escalões possíveis e imagináveis.

“A limpeza apenas começou”, afirmou um parlamentar governista — leia-se, ligado a Cida Borghetti.