Globo deixa a ‘mãe de todas as bombas’ contra Bolsonaro para o Fantástico deste domingo

A TV Globo frustrou a audiência do Jornal Nacional desse sábado (15), mas a emissora pode detonar neste domingo (15) a ‘mãe de todas as bombas’ contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no semanário Fantástico –a revista eletrônica dos Marinho.

O JN de ontem falou do novo coronavírus, da divisão dos brasileiros acerca da culpabilização pelas mortes em virtude da Covid-19 no Brasil, do fogo no Pantanal, mas, sobre o essencial, deixou para hoje à noite.

A Globo está acuada pelo governo e pelas forças persecutórias da República. O doleiro dos doleiros, Dario Messer, outrora fonte inesgotável da Lava Jato, delatou os donos da emissora. Segundo seu depoimento no Ministério Público Federal do Rio, semanalmente, ele [Messer] deixava entre 50 mil e 300 mil dólares para os Marinhos. Uma bomba, portanto.

Bolsonaro faz as contas. Se semanalmente Dario Messer deixava 300 mil dólares, em um mês isso significaria 1,2 milhão de dólares. Em 30 anos, 324 milhões de dólares, ou R$ 1,75 bilhão.

“R$ 1,75 bilhão. É o valor que pode ter sido repassado, em dinheiro vivo à família Marinho da Globo, segundo o doleiro Dario Messer”, tuitou.

Para fazer o contrapeso, não restará alternativa à Globo se não atacar Bolsonaro. Não que ele não mereça, esclareça-se.

Economia

Globo x Bolsonaro é uma verdadeira “guerra de bugios”, já retratada aqui, onde ambos atiram merda um contra outro. Nesse caso, o Brasil agradece porque pode ter conhecimento daquilo que é feito por trás das cortinas do poder.

Não resta outro caminho senão implodir o (des)governo de Jair Bolsonaro. Está escrito nas estrelas.

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Bolsonaro vira tema de campanha eleitoral nos Estados Unidos

A política neoliberal e de extrema direita de Jair Bolsonaro (sem partido) virou tema da campanha presidencial nos Estados Unidos.

Aliado de primeira hora do atual mandatário republicano Donald Trump, o brasileiro está sendo usando como “âncora” –no sentido literal da palavra– na corrida pela Casa Branca.

As agências de notícias mundiais afirmam que ao formar a cabeça de chapa presidencial democrata com a senadora Kamala Harris, “o democrata Joe Biden lidera uma coalizão política mais frontalmente contrária a um presidente brasileiro na história das eleições dos Estados Unidos.” Bingo!

Numa campanha eleitoral é fundamental a presença de um “idiota” a ser combatido. E Bolsonaro é o “idiota” perfeito na disputa presidencial americana. Desculpe o leitor, mas isso é uma discussão de marketing político.

De acordo com a BBC Brasil, tanto Biden quanto Kamala fizeram críticas abertas, repetidas e nominais a Jair Bolsonaro nos últimos meses, em um movimento considerado pelos especialistas como sem precedentes nas relações entre os dois países. Isso é campanha.

“É a primeira vez na história das eleições americanas que vemos uma chapa presidencial, tanto com candidato à presidente quanto com o nomeado a vice, se colocar tão claramente contra um governo brasileiro. O fato de Biden e Kamala estarem confortáveis de apontar o dedo para Bolsonaro em suas críticas mostra que desejam dar a ele um caráter de caudilho latino americano, colocá-lo na posição de pária internacional”, afirmou à BBC o professor de relações internacionais da FAAP Carlos Gustavo Poggio, especialista em Estados Unidos.

Bolsonaro virou um peso morto nas relações internacionais. Nas últimas disputas presidenciais, a exemplo da argentina, seu apoio pesava contra. Vide a derrota de Mauricio Macri, que, na reta final, implorou pelo silêncio de seu homólogo brasileiro. Ou seja, Jair Bolsonaro “atuou” como cabo eleitoral contrário. Esse será o papel do presidente brasileiro na campanha de Donald Trump nos EUA, portanto.

Os riscos dos democratas parecem ser bem calculados, pois a popularidade de Jair Bolsonaro, no Brasil, subiu apesar do aumento de mortes [mais de 107 mil] em virtude do novo coronavírus.

Bolsonaro, Datafolha e a esquerda que continua esperando Godot…

Por Milton Alves*

A pesquisa do Datafolha divulgada na sexta-feira (14) em que o presidente Jair Bolsonaro aparece com o índice de 37% de ótimo e bom de avaliação causou perplexidade, surpresa e até pânico em alguns setores de esquerda.

A pesquisa revelou que Bolsonaro consolidou o que tinha (cerca de 30%) e avançou um pouco mais impulsionado pelos efeitos temporários do auxílio emergencial de R$ 600 reais. Portanto, nada fenomenal.

Além disso, a partir da prisão de Queiroz em meados do mês de junho, o governo do presidente Bolsonaro empreendeu quatro movimentos para criar uma muralha de autoproteção e blindagem de seu mandato: Intensificou a aliança com o bloco parlamentar do Centrão no Congresso; apazigou a relação com o comando das instituições de estado – Congresso e STF – controlados pela velha direita; conteve os seus radicais (gabinete do ódio, demissão de Weintraub e expurgo de olavistas do MEC) e continuou com a narrativa de jogar o ônus dos efeitos econômicos da pandemia de Covid-19 nas costas de governadores, prefeitos e da oposição em geral.

O movimento de Bolsonaro e dos generais palacianos também significou um freio de arrumação, uma diminuição no ritmo da escalada de enfrentamento para alcançar o objetivo de estabelecer as bases de um governo abertamente autoritário e policial.

Se no mês de maio o governo parecia acossado e perdendo apoios de setores da sociedade, neste momento o governo da extrema-direita retoma certo fôlego político e busca de forma demagógica estabelecer pontes com camadas mais pobres da população, inclusive na região Nordeste, auxiliado pela ajuda econômica emergencial.

A velha direita – representada principalmente pelo DEM, PSDB, MDB – reforça o pacto de convivência com o governo Bolsonaro, o que sepultou o ilusório projeto de uma “frente ampla” preconizada por alguns setores da esquerda.

Por sua vez, a oposição de esquerda – e seus principais partidos – PT e PSOL – continua apostando em ações fragmentadas no parlamento e sem uma “pegada” mais forte na responsabilização de Bolsonaro pelo desastre sanitário e as mais de cem mil mortes de brasileiros pelo novo coronavírus. Além disso, a campanha pelo Fora Bolsonaro praticamente foi congelada após o início das articulações eleitorais.

Para a esquerda reocupar espaço político e disputar o terreno perdido, a alternativa é uma aposta no enfrentamento direto e duro com o governo bolsonarista e sua política neoliberal, ampliando a denúncia das mazelas impostas ao povo pobre, cobrando com firmeza os crimes perpetrados em plena pandemia contra os direitos dos trabalhadores e atuando com nitidez em defesa de um programa democrático-popular e anti-imperialista. Ou seja, mobilizar as energias dos setores populares para pôr fim ao governo de destruição do país. Não há outra alternativa para a esquerda: É lutar ou ser batida, derrotada.

Na obra do irlândes Samuel Beckett “Esperando Godot” os personagens Vladimir e Estragon esperam por um Godot que nunca chega ou chegará. Uma expectativa vazia que flutua no tempo e no espaço. A metáfora beckettiana pode ser usada como um recurso para demonstrar as ilusões ainda existentes em amplos setores na esquerda que acreditam que o governo Bolsonaro será vítima apenas de seus próprios erros. E quem sabe em 2022 um “Godot” não chegará para nos tornarmos vitoriosos. Uma ilusão perigosa!

*Milton Alves é ativista político e social. Autor do livro ‘A Política Além da Notícia e a Guerra Declarada Contra Lula e o PT’.