Globo cria realidade paralela sobre a Lava Jato com negacionismo acerca da inocência de Lula

Bolsonaro e Globo tudo a ver. O primeiro, presidente, negou a gravidade da covid e deixou de agir na pandemia. Resultado: mais de 600 mil mortes. A segunda, emissora de televisão e de dona de vários veículos de comunicação, nega os abusos inconstitucionais do ex-juiz Sergio Moro -e cria uma realidade paralela sobre a Lava Jato.

Merval Pereira, alter ego dos proprietários da Globo, acredita que uma improvável candidatura [a nosso ver] de Moro teria a capacidade de reeditar os grandes embates ocorridos no país durante a Operação Lava Jato. Haja saudosismo.

Os institutos de pesquisas sérios dizem outra coisa. Garantem que Sergio Moro passaria vergonha, teria de explicar o passivo deixado no país como abusos, delações forçadas, quebras de empresas, milhões de desemprego, dentre outras mazelas, enfim, o moço foi considerado um juiz suspeito pelo Supremo Tribunal Federal (STF); nas palavras do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), Moro foi um “juiz ladrão”.

A Operação Spoofing daria conta de Moro e da Lava Jato na campanha. “… Moro se verá às voltas com os diálogos vazados pela invasão de hackers nos celulares de procuradores de Curitiba”, antevê Merval.

Uma candidatura de Moro, portanto, seria arriscada demais e só se justificaria no contexto de “linha auxiliar” do presidente Jair Bolsonaro.

Todas as sondagens sobre a corrida presidencial de 2022 afirmam que a disputa será polarizada entre Lula e Bolsonaro, sem terceira via, invenção da própria velha mídia corporativa cada vez mais desacreditada.

Economia

Merval reconhece que Lula preso, em 2018, levou Fernando Haddad para o segundo turno e despertou o antipetismo –inflado pelos jornalões–, garantindo a vitória de Bolsonaro.

A operação eleitoral imaginada pelo colunista do Globo é mirabolante:

“O ex-juiz Sérgio Moro vai ter espaço para se defender das acusações por sua atuação durante a Operação Lava-Jato, e terá de outro lado o presidente Bolsonaro, que o levou para o governo supostamente para continuar o combate à corrupção, ampliando a estrutura de fiscalização e punição que havia sido montada na época em que a Operação Lava-Jato tinha apoio maciço na sociedade, e acabou aderindo aos seus detratores por interesse de defesa própria e de seus filhos.”

Crendiospai!

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