Gleisi apresenta na Câmara projeto do PT para gerar emprego e renda

A presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), apresentou ao Brasil nesta quinta-feira (15), da tribuna da Câmara, o plano emergencial do PT para geração de emprego e renda.

“Infelizmente, o povo brasileiro está sofrendo com o desemprego e com mais de 62 milhões de pessoas endividadas e esse governo do Jair Bolsonaro não tem uma proposta para tirar o povo dessa crise. O PT faz oposição sistemática e contundente a esse governo, mas nós também temos responsabilidade com o País, por isso, estamos apresentando um conjunto de medidas articuladas entre si para gerar emprego, para dar renda e para renegociar a dívida das famílias”, afirmou.

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Gleisi explicou que o programa, lançado na última semana, prevê medidas que custam pouco e que têm grande impacto. O plano se baseia em dois vetores: a aceleração das obras de infraestrutura, com retomada de obras paradas e o estímulo ao consumo das famílias. “Cada uma das ações que nós estamos propondo nesse programa tem uma fonte de financiamento e não vai elevar o déficit público”, assegurou. Segundo a deputada, com o dinheiro que hoje já disponível no Orçamento da União e com outras fontes “nós temos condições de tirar o povo da crise”.

Economia

Obras emergenciais
O primeiro conjunto de medidas diz respeito à infraestrutura e obras emergenciais e cria 3 milhões de empregos de imediato através dos empregos emergenciais, retomada de pequenas obras em estados e municípios, serviços temporários, realização de manutenção de prédios públicos. A segunda é a retomada de quase 8 mil obras paradas no Brasil. “Obra parada não emprega e também tira dinheiro ou queima dinheiro público que já foi investido”, observou.

A outra medida é a revisão e ampliação do Minha Casa, Minha Vida. “Nós investíamos em 500 mil casas sendo construídas todo ano. Hoje nós temos menos de 200 mil casas. Além de oferecer habitação, nós também ofereceríamos emprego com essa retomada”, argumentou. Ela ainda explicou que neste conjunto de medidas está prevista a implantação de um processo de retomada das concessões, uma reorganização dos contratos, renegociação dos contratos de concessão de estradas, de aeroportos, de portos e a retomada do financiamento pelo BNDES.

Consumo das famílias
As outras medidas do plano vêm para o consumo das famílias. “Além de gerar empregos nós precisamos ter bons salários. Portanto, a primeira medida desse conjunto é a recuperação do valor real do salário mínimo – aquela política que o presidente Lula implantou, de ganho real, acima da inflação”, frisou, lembrou que a maioria do povo brasileiro ganha salário mínimo.

Gleisi Hoffmann citou ainda neste conjunto de ações a valorização do programa Bolsa Família. “Nós temos muitos pobres no Brasil, e muita gente está passando fome. Precisamos fazer uma política ativa de busca de famílias que estão em estado de pobreza. Com isso, nós colocaríamos mais um milhão de pessoas no Bolsa Família. E esse 13º, criado por Bolsonaro, nós não precisamos do 13º no Bolsa Família. Nós pegaríamos esse dinheiro e já passaríamos para as parcelas do Bolsa Família, agora, a partir do mês de agosto/setembro, e voltaríamos com o reajuste da inflação”, explicou.

O plano prevê ainda a correção da tabela do Imposto de Renda. “É um absurdo hoje a isenção do IR atingir até quem ganha só R$ 1.900, 00. Nós temos que ampliar essa margem, pelo menos quem ganha até R$ 4 mil não deve pagar esse imposto e, precisamos também cobrar mais das faixas mais elevadas do Imposto de Renda”, defendeu.

Renegociação das dívidas

Gleisi anunciou ainda que o plano propõe renegociação das dívidas das famílias. “Não é possível 62 milhões de pessoas com dívidas. As pessoas não podem consumir, não podem mais ter crédito. Os bancos públicos entrariam como motor primeiro para isso. Os bancos estão tendo muito lucro. Não é problema retirar um pouquinho do lucro para dar para essas famílias um abatimento das suas dívidas, alongar o prazo, renegociar”, argumentou.

É meta do plano também a política de preços de combustível. A Petrobras, segundo Gleisi, não tem que internacionalizar e dolarizar os nossos preços de combustível. “Nós podemos produzir gasolina no Brasil. Por que nós temos que importar? Com isso, nós diminuiríamos muito o custo, e nós retomaríamos os investimentos da Petrobras”, afirmou.

Custo do plano emergencial

O custo total desse programa que o PT apresenta ao Brasil, segundo Gleisi, é R$ de 184,8 bilhões. E isso será financiado, primeiro, pela cessão onerosa do pré-sal, um recurso que a União vai receber quando fizer as licitações dos campos de petróleo do pré-sal. “São R$ 50 bilhões que eles querem para pagar a dívida e abater o déficit público. Se nós colocarmos esse dinheiro para circular na economia, o déficit público será abatido, porque nós vamos aumentar a arrecadação com o aumento da atividade econômica”, enfatizou.

Seria utilizado também dinheiro das reservas internacionais, 10% das reservas, o que dá US$ 34 bilhões. Gleisi disse que o próprio Fundo Monetário Internacional disse que temos essa margem para trabalhar com as reservas. “Pegaríamos mais R$ 100 bilhões de recursos fiscais, que já estão no orçamento da União, para investimentos, e também das estatais. Isso daria, portanto, os R$ 184 bilhões, e nós recuperaríamos a economia brasileira, trazendo para o povo brasileiro condições dignas de vida”, afirmou.

Gleisi conclui afirmando que o plano emergencial do PT à disposição. “Se este governo tiver coragem, realmente, de enfrentar a crise, ele pode utilizar esse programa. O que nós queremos é resolver o problema do povo, e Bolsonaro tem que parar de falar besteira e cuidar da administração do País”.

Assista o pronunciamento:

Gleisi coloca à disposição da sociedade brasileira Plano de Emprego e Renda do PT

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Publicado por Gleisi Hoffmann em Quinta-feira, 15 de agosto de 2019

As informações são da liderança do PT na Câmara.