Gilmar Mendes, do STF, manda “soltar” Fabrício Queiroz e esposa

Não deu tempo de Fabrício Queiroz voltar à prisão. O ministro do STF, Gilmar Mendes, concedeu habeas corpus que mantém solto o ex-assessor Fabrício Queiroz e de sua esposa Márcia Aguiar.

Gilmar concedeu o HC contra a decisão do ministro Félix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça, que revogava nesta quinta-feira (14) a prisão domiciliar concedida ao casal.

O ministro do Supremo Tribunal Federal concordou com os argumentos da defesa da família Queiroz.

“No caso em análise, considerando a fragilidade da saúde do paciente, que foi submetido, recentemente, a duas cirurgias em decorrência de neoplasia maligna e de obstrução de colo vesical, entendo que a substituição da prisão preventiva pela prisão domiciliar é medida que se impõe”, escreveu Gilmar.

Na decisão favorável ao habeas corpus, o ministro do STF manteve a determinação para o uso de tornozeleira eletrônica e outras medidas cautelares, como proibição de manter contato com outros investigados e de sair do país sem prévia autorização judicial.

“Em relação aos riscos de reiteração delitiva e para a garantia de aplicação da lei penal, as medidas de inserção em regime de prisão domiciliar, de monitoramento eletrônico e a proibição de saída do território nacional (arts. 318, II, 319, IX e 320) demonstram-se adequadas e suficientes, já que cumprem tais finalidades com a menor restrição possível à liberdade dos pacientes”.

Economia

Fabrício Queiroz e sua esposa, Márcia Aguiar, são investigados pelo Ministério Público do Rio por suposta participação no esquema de rachadinha no gabinete do então deputado estadual e atual senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

A Globo e demais veículos de comunicação defendem a prisão de Queiroz, mas, por outro lado, querem o ministro da Economia, Paulo Guedes, soltinho da Silva. Mas aí já é outra história…

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Dario Messer, o “cara” da Lava Jato, delata os donos da Globo

Deu ruim para os donos da Rede Globo. O doleiro Dario Messer, o “cara” da Lava Jato, delatou a família Marinho em sua delação homologada pelo Ministério Público Federal do Rio na última quarta-feira (12).

O doleiro que é tido como trunfo da força-tarefa citou supostos “serviços prestados” aos donos da Globo.

De acordo com a revista Veja, Messer disse em depoimento realizado no dia 24 de junho que realizou repasses de dólares em espécie para os Marinho em várias ocasiões. Segundo o delator, a entrega dos pacotes de dinheiro acontecia dentro da sede da Rede Globo, no Jardim Botânico. Messer diz que um funcionário de sua equipe entregava de duas a três vezes por mês quantias que oscilavam entre 50 mil e 300 mil dólares.

No depoimento, ainda segundo a publicação, Messer diz ter começado a fazer negócios com os Marinho por intermédio de Celso Barizon, supostamente gerente da conta da família no banco Safra de Nova York. De acordo com o delator, os repasses teriam começado no início dos anos 90, quando Messer tocava sua operação de dólar a partir do Rio de Janeiro. Segundo a versão de Messer, os valores em espécie entregues no Brasil seriam compensados pelos Marinho no exterior, por intermédio da conta administrada por Barizon. Os Marinho depositariam para Messer (no exterior também) o valor entregue em dinheiro vivo no Brasil.

Ainda conforme o delator, a pessoa que recebia o dinheiro na Globo era um funcionário identificado por ele como José Aleixo. “Messer não apresenta provas dessas entregas de dólares e cita em depoimento que nunca teve contato direto com os Marinho, segundo autoridades que leram a delação, em Brasília”, regista a Abril. “Apesar disso, o doleiro sustenta em depoimento que os destinatários do dinheiro seriam os irmãos Roberto Irineu (Presidente do Conselho de Administração do Grupo Globo) e João Roberto Marinho (vice-presidente do Grupo Globo)”, completa a reportagem.

Em nota encaminhada à redação da Veja, a assessoria de Roberto Irineu Marinho e João Roberto Marinho negou as informações dadas por Messer: “A respeito de notícias divulgadas sobre a delação de Dario Messer, vimos esclarecer que Roberto Irineu Marinho e João Roberto Marinho não têm nem nunca tiveram contas não declaradas às autoridades brasileiras no exterior. Da mesma maneira, nunca realizaram operações de câmbio não declaradas às autoridades”.

A Globo costumava repetir o bordão da Lava Jato segundo qual Dario Messer era o “doleiro dos doleiros”.