Gazeta do Povo antecipa a morte de todos impressos do país

Reportagem no portal 247, neste domingo (9), afirma que a morte da Gazeta Povo antecipa o funeral dos demais jornalões no país — especialistas nas fake news. Remédio para notícias falsas é pluralidade de fontes, o fim do monopólio da verdade, possibilitada pela universalização da internet.

Gazeta do Povo antecipa a morte de todos impressos do país

A notícia mais importante da mídia brasileira nos últimos tempos aconteceu na quinta-feira, quando a Gazeta do Povo, do Paraná, anunciou a decisão de encerrar sua edição impressa, a partir de julho deste ano. Uma decisão óbvia, do ponto de vista econômico, uma vez que praticamente todos os brasileiros que hoje se informam consomem informações por meio de dispositivos móveis, como smartphones e tablets, ou computadores.

Sem a edição impressa, a Gazeta do Povo elimina custos industriais, com sua gráfica, e de distribuição dos jornais para bancas e assinantes. Na outra ponta, os consumidores também se beneficiam. No mundo digital, os leitores têm acesso a informações instantâneas, que também podem ser imediatamente comentadas e compartilhadas.

Embora faça todo o sentido econômico, a Gazeta do Povo relutou em tomar essa decisão porque a morte dos impressos traz também riscos gigantescos para os jornais tradicionais, que tentam manter, a partir do papel, a percepção de que são os reis da cocada – ou da influência – em suas determinadas praças, com uma suposta superioridade técnica em relação aos concorrentes digitais da chamada “blogosfera”.

A partir de julho, no entanto, a Gazeta do Povo será também “blogosfera” e passará a concorrer com veículos como o Blog do Esmael, parceiro do 247, que já é tão ou mais influente do que o centenário jornal paranaense.

Economia

Outro dado surpreendente é o fato de a morte do impresso ter chegado a uma cidade como Curitiba, a oitava maior do País, com 2 milhões de habitantes e 1,4 milhão de eleitores, que não terá mais um jornal diário impresso, no campo da formação de opinião. Esse movimento antecipa uma tendência e coloca em risco a sobrevivência impressa de títulos como Correio Braziliense, Zero Hora, Estado de Minas e até mesmo Globo, Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo. É só uma questão de tempo.

Abaixo, reportagem do Portal Imprensa sobre o fim da Gazeta do Povo impressa:

O jornal Gazeta do Povo anunciou nesta quinta-feira (6) uma mudança significativa na sua produção jornalística. A partir de 1º de junho, deixará de publicar a edição impressa diária e será o primeiro jornal brasileiro feito originalmente para plataformas móveis, a partir do conceito “mobile first”. Ao todo, foram investidos R$ 23 milhões em tecnologia para promover essa mudança.
Crédito:

“Nossa estratégia se baseia em levar ao leitor onde ele estiver, pelo celular, notícias de credibilidade em um ambiente onde se difundem amplamente as fake news. Acreditamos que o leitor da Gazeta valoriza a informação de credibilidade e isso será a base para que ampliemos o nosso universo de assinantes”, afirmou Guilherme Pereira, presidente do GRPCOM, grupo proprietário do jornal.

A partir do aplicativo da Gazeta do Povo, desenvolvido por pela Eidos, o jornalista poderá produzir não só textos, mas também fotos, vídeos e lives. A proposta inverte a lógica de consumo de conteúdo geralmente utilizada pelos veículos jornalísticos na internet: o site originalmente construído para celular será responsivo para a tela do computador.

Além da plataforma digital, será publicada uma edição semanal do jornal, que circulará sempre aos sábados em um novo formato. A ideia é aprofundar e explicar os assuntos mais quentes do momento com artigos exclusivos. Cada exemplar terá 64 páginas e será vendido a R$ 8 nas bancas. Os assinantes receberão em casa aos sábados. Também haverá mensalmente a publicação das revistas Haus e Bom Gourmet.

O jornal também anunciou novos colunistas: Ricardo Amorim, Teco Medina, Leandro Narloch, Rodrigo Constantino, Lúcio Vaz e Evandro Éboli.

A velha mídia aposta nas “fake news”

O termo “fake news” (notícias falsas, em tradução literal) se popularizou no Brasil após Donald Trump acusar a mídia norte-americana de utilizá-las contra ele na campanha.

No Brasil, a velha mídia é pródiga no uso e abuso de notícias falsas. (Aliás, talvez os barões da decadente imprensa brasileira tenham sido os verdadeiros inventores do termo “fake news” e exportado para os EUA).

Dito isto, o penúltimo exemplo de “fake News” foi dado na sexta-feira (7) pela Globo.

Enquanto a comentarista de economia e política da GloboNews, Thaís Herédia, discursava, o letreiro abaixo dizia: “Recessão e desemprego derrubam inflação e devolvem poder de compra aos brasileiros”.

O diabo é que a informação da Globo é tão falsa quanto uma nota de três reais. Mas continua uma aposta da emissora…

A notícia verdadeira seria que a recessão atinge os trabalhadores brasileiros, que perdem o emprego e a capacidade de compra (poder de compra).

As mentiras contadas ontem pela Globo foram apenas a ponta do iceberg, pois as “fake news” do sistema remonta à Era Vargas nos anos 50.

Nos anos 60, a Globo apoiou a ditadura militar; ajudou a destruir a economia nacional nos anos 90; e agora, em 2016, esteve na linha de frente do golpe de Estado para retirar direitos dos trabalhadores, da juventude, das mulheres e dos aposentados.

Como você vê, caro leitor, de “fake news” a velha e decadente mídia entende porque as pratica há mais de um século. Por isso continua atual a ideia de democratização dos meios de comunicação, de regular a propriedade e radicalizar a universalização da internet no país.

Somente com a pluralidade informações e de fontes é possível combater as falsas notícias da velha mídia.

Estranhamente, os jornalões golpistas desencadeiam uma campanha contra as “fake news”. É a primeira vez que se vê “autoflagelação” e “mea culpa” na velha mídia brasileira. Um horror!

Com informações do do Brasil 247

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