A semana que passou era pra ter sido de calmaria no Palacio, mas foi um desastre.
Todo mundo esperava descansar com o feriadinho prolongado e com a viagem do governador, mas o que mais aconteceu por lá foi correria e ranger de dentes.
Pra terminar a semana, um próximo do governador daqueles que faz xixi com a porta aberta, muito influente no circuito Ecoville-Centro Cívico chegou com uma bomba daquelas dizendo que tinha informação segura de que a escala de retorno em Paris será acompanhada por bisbilhoteiros.
Ou seja, que terá gente na cola do Beto e da Fernanda, desde o desembarque filmando e fotografando tudo durante o período em que ficarem na capital francesa, o que ocorrerá em dias uteis, quando o comércio e os bancos funcionam normalmente.
Começou então a criticar a viagem, dizendo que ela foi inoportuna com um desgaste enorme, jogando morro abaixo todo trabalho feito pelos marqueteiros contratados a peso de ouro para recuperar a imagem do governador.
Aos ouvintes atônitos, o influente/próximo relembrava que os dois únicos empresários que acompanharam a comitiva foram um aquinhoado empreiteiro e o maior fornecedor de comidas para presos no Paraná, o que só fez aumentar a especulação sobre os reais objetivos da viagem.
Ele teme que deputados da oposição agora queiram esmiuçar os negócios de José Eugênio Gizzi e de Carlos Henrique Gusso (Cassi, para os íntimos) com o governo do Paraná, atingindo outros próximos do governador.
Soltando fogo pelas ventanas, o influente/próximo não poupou nem mesmo a presença do discreto Cristiano Hotz, dizendo ter sido um erro levar o advogado do governador na viagem, mesmo ele sendo agora diretor da COPEL, pois poderia dar margem a muitas outras interpretações.
A nova visita à sede da State Grid na China também teria sido um erro, no momento em que o governador Silval Barbosa (do Mato Grosso) está preso por corrupção e que o processo de Luiz Abi mudou de rumo no STJ, agora com novo relator, que é da carreira do MP do Distrito Federal, muito diferente do ministro que antes soltou Luiz Abi e que é, digamos, conhecido de uma jovem advogada paranaense que mora em Brasília.
A presença da própria Fernanda Richa foi questionada, pois não havia nenhuma agenda para ela e a desculpa de “companhia protocolar da primeira dama” não cola, pois Fernanda detesta ser apresentada assim.
Foi nessa parte da conversa que o caldo entornou, pois um assessor de Beto terminou o papo dizendo aos berros que “você não sabe de nada, a Fernanda tinha que ir junto nesta viagem”.
Pano rápido.
No meio desse barulho todo, Traiano com suas formosas assessoras, acionando os fotógrafos oficiais o tempo todo.
Assim foi a semana no Palácio!
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.