O pequeno município de Tijucas do Sul, na região metropolitana, a 50 km de Curitiba, decidiu municipalizar o transporte público a partir do próximo dia 4 de dezembro quando vence a concessão de 25 anos.
A Prefeitura vai oferecer ‘tarifa zero’ para os 15 mil potenciais usuários tijucanos-do-sul. Atualmente, o serviço concessionado tem tarifa que custa entre R$ 3,50 e R$ 5.
O secretário municipal de Administração de Tijucas do Sul, Hélio Marcos de Oliveira, ao jornal Gazeta do Povo, explicou com simplicidade a “mágica” que possibilitou a tarifa zero:
“Para manter o preço atual da tarifa, teríamos que subsidiar um pouco. Entre isso e deixar a tarifa gratuita, decidimos investir um pouco mais e adotar a tarifa zero”.
Ou seja, o município eliminou o agenciamento que a máfia do transporte coletivo vinha fazendo o qual come um “subsídio” danado há 25 anos.
Se a tarifa zero no transporte público é possível num pequeno município, como comprovou Tijucas de Sul, também o é nos grandes municípios. No caso de Curitiba, pela quantidade de usuários, o custo da operação tende a ser menor, ou seja, a tarifa gratuita seria ainda mais crível na capital de todos os paranaenses.
O diabo é que a Prefeitura de Curitiba não almeja desvencilhar-se da máfia que domina o setor há décadas. Pelo contrário. As empresas de ônibus são peças-chave no financiamento de campanhas eleitorais.
Portanto, mesmo sob cerco da tarifa zero na região metropolitana, a Curitiba de Gustavo Fruet deverá resistir à gratuidade.
Em várias cidades do Paraná e do Brasil já se adota a ‘tarifa zero’ com grande sucesso de crítica e público.
Está aí um belo tema para os debates nas eleições de 2016.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.