Folha e Globo “comunistas” falam em taxar o patrimônio privado para pagar pandemia de Covid-19

Folha e Globo, nesta sexta-feira (17), amanheceram mais “comunistas”, segundo os bolsonaristas. Os dois veículos de imprensa trouxeram em suas páginas a proposta de tributar o patrimônio privado para pagar a conta da pandemia da Covid-19, a doença do novo coronavírus.

Em abril passado, a Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo iniciaram a campanha “Taxar Fortunas para Salvar Vidas” no início da pandemia.

O movimento de esquerda propunha:

  • taxação de lucros e dividendos das pessoas físicas detentoras de cotas e ações de empresas;
  • instituição de alíquota sobre os lucros remetidos ao exterior;
  • cobrança do imposto sobre grandes fortunas, previsto na Constituição Federal;
  • maior efetividade à cobrança do Imposto Sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR), atualizando os valores das grandes propriedades que estão totalmente defasados; e
  • empréstimo compulsório das empresas com patrimônio superior a 1 bilhão de reais.

No caso dos jornalões, isto é, Folha e Globo, eles reverberam a nova obra do economista francês Thomas Piketty –“Capital e ideologia”– que discute as desigualdades no mundo. Segundo o autor do livro lançado semana passada no Brasil, governos de direita já adotaram políticas redistributivas diante de crises como a provocada pela Covid-19.

Piketty precisa entender que o Brasil não é para amadores. Aqui, a burguesia se autodestrói com o aumento do fosso entre pobres e ricos e mais: se associa ao capital financeiro, não produtivo, em detrimento do pleno emprego e renda da sociedade. Ou seja, senta em cima de um barril de pólvora.

O Congresso Nacional comandado pelo Centrão, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e outros fisiologistas, lançam palavra de ordem para uma reforma tributária para reduzir, ainda mais, os impostos dos riscos –e taxar os mais pobres.

Economia

O empresariado brasileiro acredita que seu problema era excesso de impostos, porém a reforma trabalhista lhe retirou a carga tributária mas nem por isso seus negócios decolaram. Pelo contrário. A prosperidade decorre da produção e do desenvolvimento, o resto é balela.

O deputado Rodrigo Maia, do Centrão, é quem pauta as votações na Câmara. Ele já avisou que um novo imposto para taxar as transações financeira, a exemplo da CMPF, terá a sua resistência. Melhor: nem será apreciada na Casa.

Até agora a conta da pandemia da Covid-19 tem sobrado para os trabalhadores e povo brasileiro, que vê seus direitos sendo retirados cada vez mais.

O cenário é triste e desfavorável ao Brasil, que assiste aos bancos surrupiando o Orçamento da União em plena pandemia –com a providencial retaguarda da velha mídia.

Globo e Folha “comunistas”, #SQN (Só Que Não).

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Guedes ameaçar ir embora, mas tem contas para acertar aqui antes

O ministro Paulo Guedes, da Economia, ameaça ir embora, caso o Congresso Nacional interdite as reformas pretendidas pelo governo.

Suponhamos que num lampejo os congressistas barrem a tentativa de Guedes passar a boiada em prol dos bancos e especuladores. Não, ele não poderá ir. Guedes tem contas para acertar antes com a sociedade brasileira.

O ministro da Economia quer beneficiar os empresários com uma reforma tributária, implantar a capitalização previdenciária e vender os ativos (patrimônio público), tais como o pré-sal, para pagar juros e amortizações da dívida pública.

“Se eu puder vender estatais, acelerar privatizações, pegar recursos do petróleo e poder derrubar a dívida [federal], é o que eu tenho que fazer”, confessou o “Posto Ipiranga”, durante um evento online realizado pela XP Investimentos –braço do banco Itaú.

Os trabalhadores e a produção foram escolhidos como os inimigos do governo. Guedes e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) preferem a especulação e as negociatas. Não falam de desenvolvimento e pleno emprego.

Se a “boiada” inteira de Guedes e Bolsonaro passar pelo Congresso –e deverá passar pelas servis casas, Câmara e Senado—os bancos poderão levantar nessa pandemia de coronavírus até R$ 4 trilhões.

A título de comparação, o Orçamento da União de 2020 é de apenas R$ 3,6 trilhões.

Definitivamente, Paulo Guedes não pode ir embora impune. Tem contas para acertar aqui.