O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), foi alvo de intenso fogo amigo e fogo inimigo durante essa semana que passou.
Sob a falsa acusação de que ele se reunira com a supostada “dama do tráfico” de drogas no Amazonas, a extrema direita aproveitou essa desinformação para transformar em mentiras intencionais e criminosas.
Há denúncia de que a editora de política do Estadão obrigou repórteres novatos a publicarem matéria que relacionasse o ministro da Justiça, Flávio Dino, com a mulher classificada como “dama do tráfico do Amazonas”.
Para quem já experenciou a ocupação de cargos públicos comissionados, uma autoridade como Dino não apanha como está apanhando sem a ajuda da própria trincheira, qual seja, o famigerado fogo amigo.
Por outro lado, oportunisticamente, a extrema direita transforma tudo isso em fogo inimigo após a chancela da velha mídia corporativa.
Em outras palavras, a pancadaria contra Flávio Dino não prosperaria sem a anuência do principal anunciante: o próprio governo.
Não é nenhuma novidade o governo dar munição para os adversários atirarem contra o próprio governo.
Recentemente, o Blog do Esmael mostrou que o atual blog Gazeta do Povo tem como um dos donos Guilherme Cunha Pereira, sócio da RPC, afiliada à Globo no Paraná.
A Globo é aquela emissora que veiculou anúncio “golden break duplo” [120 segundos] da Petrobras, no intervalo do Jornal Nacional, pelos “míseros” quatro milhões de reais cada inserção, de acordo com reverberação da Folha.
Parte dessa verba publicitária do governo federal é redistribuída para as afiliadas que também veiculam nos estados os comerciais do governo federal, dentre as quais a RPC, que alimenta o extremismo e o lavajatismo dos Cunha Pereira em Curitiba e no Paraná.
Não se trata apenas de campanhas da Petrobras, pois outros órgãos do governo federal igualmente despejam publicidades na Globo e, consequentemente, na RPC/Globo/Gazeta do Povo.
Sim, as extravagâncias de Guilherme Cunha Pereira, fervoroso seguidor da Opus Dai e da Lava Jato, são financiadas indiretamente com recursos públicos do governo federal.
Também com esses recursos autorizados pela SECOM (Secretaria da Comunicação Social da Presidência da República), contraditoriamente, a Gazeta do Povo mantém artilharia pesada contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governo do PT.
Dentre os colunistas da Gazeta do Povo estão Sergio Moro, Deltan Dallagnol, Rodrigo Constatino, Luís Ernesto Lacombe, Alexandre Garcia.
Note, caríssimo leitor, que Flavio Dino não é alvo de artilharia pesada somente porque ele é lembrado para a próxima vaga no Supremo Tribunal Federal (STF).
Até porque a vaga deixada pela ministra Rosa Weber virou uma batalha entre os senadores Davi Alcolumbre (União-AP) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), de um lado, contra o presidente Lula, de outro.
Alcolumbre se nega a colocar em pauta a indicação de Lula para a corte máxima, seja qual for, sem que o PT defina apoio à sua eleição [de Davi] para a presidência do Senado.
Pacheco, por sua vez, almeja ocupar a vaga de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), enquanto Bruno Dantas, do TCU, articula via Renan Calheiros (MDB-AL) ser ungido para o STF.
Da trincheira governista, além de Dino, ainda tem Jorge Messias, da AGU.
O fato é que Flávio Dino incomoda muita gente no Palácio do Planalto e palácios, desde sempre, são os locais mais propícios de conspirações e traições.
Portanto, o Blog do Esmael sugere a Dino que passe a usar ‘zorba de lata‘ e a andar com as costas na parede.