O jornal britânico Financial Times, nesta sexta-feira (10), faz do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) uma chacota internacional apelidando o mandatário brasileiro de “Capitão Corona” –numa referência à patente de Bolsonaro ao deixar o Exército e a imperícia do presidente para lidar com a pandemia de coronavírus.
O apelido, mais do que chacota, mostra como o mercado internacional vê Bolsonaro: líder de um picadeiro, que nega o vírus e coloca 210 milhões de brasileiros em perigo constante.
O jornal destaca a postura errática do presidente a respeito da pandemia e do pouco caso, inclusive, com sua própria infecção pelo coronavírus, virando uma espécie de garoto-propaganda de um medicamento sem qualquer eficiência comprovada contra a doença. “Pode-se argumentar que nenhum outro presidente da história democrática recente do Brasil foi tão imprudente consigo mesmo ou com o país”, descreve.
A Europa tem sido bastante crítica em relação ao presidente do Brasil, no que diz respeito ao enfrentamento da Covid-19. Há algumas semanas, uma televisão portuguesa ironizou o fato de Bolsonaro pedir para que o presidnete da Embratur tocasse sanfona em homenagem aos milhares de mortos durante a pandemia.
Resumo do artigo no Financial Times:
- “A aposta de alto risco de Bolsonaro pode valer a pena. Se o Trump Tropical, como também é conhecido, sofre apenas sintomas leves, ele se tornaria um exemplo vivo de que o Covid-19 é apenas uma gripezinha”
- “A culpa pelas dificuldades econômicas do país poderia ser transferida para inimigos políticos, que pressionaram por medidas de distanciamento social”
- “Sua abordagem abrasiva provoca o risco de minar as reformas econômicas”
- “Embora o ministro da Economia, Paulo Guedes, tenha adotado algumas medidas, a agenda foi em grande parte interrompida, em parte devido à capacidade infalível do presidente de brigar com os legisladores”
- “Mesmo assim, seus índices de aprovação permanecem em cerca de 30%. Nesse nível, a história sugere que ele seria capaz de afastar o risco de ser expulso do cargo. Os processos de impeachment contra [Fernando] Collor de Mello e [Dilma] Rousseff só avançaram quando suas taxas de aprovação caíram para cerca de 10%. A infecção por Covid-19 também pode dar imunidade a Bolsonaro”
Para o Financial Times, segundo título, “Jair Bolsonaro, o ‘Capitão Corona’ do Brasil, aposta na negação de vírus”. Bingo!
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Maia quer ‘passar a boiada’ dos empresários na Câmara, enquanto os trabalhadores se ferram com redução de salário
Publicado em 10 julho, 2020
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) planeja passar a boiada dos empresários, por meio da reforma tributária, enquanto dos trabalhadores seguem abandonados à própria sorte. Nessa semana, por exemplo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sancionou a MP 936, que prevê a redução de salário e jornada.
Por outro lado, Bolsonaro vetou a parte da medida provisória que ampliava o tempo de desoneração da folha de pagamento.
A Câmara já adiantou que irá derrubar o veto presidencial para garantir o “prêmio” para os empresários que terão, na MP, autorização para reduzir salário e jornada de trabalho.
A tal reforma tributária deles, caro leitor, é para desonerar as empresas –que não pagam impostos sobre lucros– e diminuir o montante de contribuição para áreas como saúde, educação, habitação, seguridade social, etc., qual seja, retirar orçamento que seria destinado à sociedade para privilegiar os mais endinheirados.
Os trabalhadores não têm proteção no Congresso Nacional porque, majoritariamente, Câmara e Senado são casas controladas pelos patrões ou por aqueles cujos mandatos foram adquiridos pela casa grande.
Não é só Maia que quer passar a boiada durante a pandemia do novo coronavírus. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), no último dia 24 de junho, também passou a boiada com a privatização da água em todo o País. A Emenda Constitucional obriga estados e municípios a transferir para o setor privado o estratégico líquido.
Portanto, não há exagero em afirmar que Congresso, velha mídia, Guedes e Bolsonaro se ‘associaram para o fim específico de cometer crimes’ (CP., art. 288) contra a economia nacional. Pena: reclusão, de 1 a três anos.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.