Fim do auxílio emergencial vai tirar única renda de 36% dos brasileiros, diz Datafolha

Pesquisa do Datafolha, divulgada nesta segunda-feira (21), revela que o fim do auxílio emergencial de R$ 300, no fim deste mês, deixará sem renda 36% dos brasileiros.

Em termos absolutos, cerca de 75 milhões de brasileiros não terão como prover seu sustento a partir de 1º de janeiro de 2021.

O Datafolha ouviu, por telefone, 2.016 pessoas entre os dias 8 e 10 de dezembro de 2020. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

Segundo o levantamento publicado hoje no jornal Folha de S. Paulo, 75% das pessoas diminuíram a compra de alimentos com a redução das parcelas do auxílio emergencial de R$ 600 (em abril) para R$ 300 (setembro).

O Brasil é a nação com a maior taxa de desocupados do planeta, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT). Cerca da metade da população economicamente ativa (PEA), ou seja 80 milhões de brasileiros, estão entre os desempregados, desalentados ou precarizados.

O auxílio emergencial foi criado para amenizar a depressão econômica, pré-existente, agravada pela pandemia.

Economia

Segundo o Datafolha, 75% dos beneficiários reduziram a compra de alimentos, 65% cortaram despesas com remédios, 57% diminuíram o consumo de água, luz e gás e 55% deixaram de pagar as contas da casa. Mais da metade dos beneficiários também reduziu os gastos com transporte (52%) e/ou parou de pagar escola ou faculdade (51%).

O governo do presidente Jair Bolsonaro garante que vai gastar este ano só R$ 580 bilhões com o auxílio emergencial enquanto que os bancos tiveram ajuda de cerca R$ 4 trilhões do Tesouro Nacional com compra de títulos podres, renúncias fiscais, redução da parcela dos depósitos compulsórios de longo prazo, liberação de empréstimos com lastro em debêntures de empresas, Depósito a Prazo com Garantias Especiais (DPGE), flexibilização das regras das Letras de Crédito Agrícola (LCA), dentre outras medidas de “pai para filho”.

O presidente Jair Bolsonaro jura que não haverá prorrogação do benefício e nem a criação de um novo programa.

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