O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o FHC, pelo Twitter, recomendou “voto pró-democracia” na eleição para presidente em 2022. A declaração do político do PSDB significa, na prática, uma pá de cal nas pretensões reeleitorais do presidente cessante Jair Bolsonaro (PL).
Em 1999, durante uma entrevista no programa do Jô Soares, Bolsonaro causou polêmia ao defender “fuzilamento” de FHC que, na época, levava adiante uma política de privatização nas estatais. No entanto, agora, é Bolsonaro quem privatiza empresas como Eletrobras e Petrobras, enfim, ataca a soberania nacional para submeter-se à ditadura dos bancos e do neoliberalismo econômico.
Dito isso, FHC, 91 anos, escreveu nesta quinta-feira (22/09) pedindo voto “em quem tem com promisso com o combate à pobreza e à desigualdade“. Ou seja, o sociólogo e ex-presidente entre 1995 e 2003 indicou Luiz Inácio Lula da Silva, mesmo sem citá-lo nominalmente.
Nesta semana, além de FHC, outros proemitentes tucanos anunciaram voto em Lula. A saber: o jurista Miguel Reale Jr., autor do impeachment de Dilma Rousseff; bem como líderes do PSDB em vários estados brasileiros.
Formalmente, o PSDB está coligado com a candidata Simone Tebet (MDB), que pode desidratar com o movimento do voto útil em Lula.
Leia a íntegra da manifestação do ex-presidente FHC:
Nota pública de FHC
Voto Pró-Democracia nas Eleições:
Como é do conhecimento público, tenho idade avançada e, embora não apresente nenhum problema grave de saúde, já não tenho mais energia para participar ativamente do debate político pré-eleitoral.
Peço aos eleitores que votem no dia 2 de outubro em quem tem compromisso com o combate à pobreza e à desigualdade, defende direitos iguais para todos independentemente da raça, gênero e orientação sexual, se orgulha da diversidade cultural da nação brasileira, valoriza a educação e a ciência e está empenhado na preservação de nosso patrimônio ambiental, no fortalecimento das instituições que asseguram nossas liberdades e no restabelecimento do papel histórico do Brasil no cenário internacional.
Fernando Henrique Cardoso
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