Federação partidária avança entre PT, PSB e PCdoB e isola Ratinho Junior no Paraná

Associação entre legendas de esquerda com o PT põe fogo no parquinho do PSB e do Solidariedade no estado

A bancada federal do PSB aprovou nesta quarta-feira (01/12) a constituição de uma federação com o PT e PCdoB. O leitor soube disso em primeira mão há duas semanas pelo Blog do Esmael.

Na reunião de ontem, somente um deputado se posicionou contrário, Heitor Schuch (RS), e os dois parlamentares paranaenses —Aliel Machado e Luciano Ducci– não compareceram ao encontro socialista.

O PSB nacional descartou apoio à candidatura de Ciro Gomes, do PDT, e mais três agremiações –Rede, Solidariedade e PV– ainda podem engrossar a federação encabeçada pelo PT. Com essa movimentação, no plano nacional, os pedetistas se isolam politicamente na corrida presidencial.

Mas quem também se isola é o governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), que esperava o apoio do PSB para sua reeleição. E mais: sonhava barrar a filiação do ex-senador Roberto Requião (sem partido) nas hostes socialistas. Agora, com a verticalização, o mandatário perde a histórica sigla para o principal aliado do PT no estado –Requião, que vai disputar o Palácio Iguaçu no ano que vem.

Diferente das extintas coligações, a infidelidade de parlamentares –vereadores, deputados estaduais e federais e senadores– pode ser punida com o instituto da federação. Ou seja, não haverá espaço para o famoso “três quantos” nas campanhas eleitorais, onde um candidato proporcional estava formalmente associado a outros partidos, mas, na prática, fazia campanha para outro majoritário de coligação distinta.

Economia

Para o PT, que apresentará o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como candidato ao Palácio do Planalto, nas eleições de 2022, a federação partidária sedimenta os palanques regionais porque o petista lidera as pesquisas de intenção de votos e isso é o principal atrativo para as legendas menores. Sozinhos, os pequenos partidos não atingem votos acima da cláusula de barreira criada a partir das eleições de 2022.

Nos bastidores da política, a candidatura de Ciro Gomes já ‘subiu no telhado’ e o PDT também chegará junto à federação de esquerda em brevíssimo tempo.

O Solidariedade de Paulinho da Força, cuja base eleitoral é sindical e de trabalhadores, também tende se associar ao PT. Igualmente ao PSB, no Paraná, o Solidariedade flerta com Ratinho Junior, no entanto, pela lei da federação partidária, não poderá pular a cerca depois do casamento sob pena de severo castigo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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