O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta sexta-feira (12/3) ao UOL que sua decisão, de anular as condenações do ex-presidente Lula, é semelhante ao tratamento que a corte dispensou a outros políticos.
“Como procurei demonstrar em minha decisão, não posso negar ao ex-presidente tratamento que se deu a outros políticos acusados em situações semelhantes. Manter a posição minoritária quando sucessivamente derrotado apenas aprofunda a desigualdade e a seletividade da jurisdição”, disse o ministro.
Nesta sexta, Fachin enviou ao plenário do Supremo sua decisão proferida na última segunda-feira (8/3) que declarou incompetente a 13ª Vara Federal de Curitiba para os processos sobre o tríplex, sítio de Atibaia e Instituto Lula. Com isso, Lula ficou elegível para as eleições de 2022.
Questionado sobre as pressões que ele sofre no STF, Fachin respondeu:
“Não há dúvidas de que há pressões políticas sobre o tribunal. O desafio não é eliminá-las, mas impedir que demandas sociais muito mais difusas, mas não menos urgentes, não sejam por elas abandonadas.”
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Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.