do Opera Mundi
Ignorando as iniciativas de diálogo iniciadas pelo governo de Nicolás Maduro no âmbito da eclosão de protestos no país !“ como a conferência de paz e a nomeação de um embaixador para Washington !“, o secretário de Estado dos Estados, John Kerry, afirmou nesta quarta-feira (12/03) que cogita a opção de aplicar sanções à Venezuela ou invocar a Carta Democrática Interamericana da OEA (Organização das Nações Unidas). Porém, disse, confia que outros países da região podem influenciar para que o diálogo avance.
Em 26 de fevereiro, Kerry havia dito que a tensão nas relações com a Venezuela já duraram demais! e que o governo dos EUA estava preparado! para mudá-las.
Estamos preparados, se é necessário, para invocar a Carta Democrática (…) e nos envolvermos de várias formas, com sanções ou de outra forma, mas a economia [venezuelana] já é bastante frágil!, falou hoje em audiência do Comitê de Gastos da Câmara de Representantes norte-americana. “Por isso, nossa esperança está no esforço de outros países vizinhos, que estão profundamente preocupados, que tenham a capacidade de estimular o diálogo!, acrescentou.
Segundo Kerry, o governo de Barack Obama confia na pressão de outros no continente! para que a Venezuela aceite a proposta de mediação com um terceiro elemento — defendida pela oposição e negada por Maduro. Acreditamos que é hora da OEA e dos países da região assumirem um papel mais ativo! frente à situação venezuelana e que instem o governo a deixar de demonizar seus opositores!, continuou.
Há quatro dias, o Brasil, outros 28 países do continente americano se manifestaram contrários à sugestão do envio de uma missão da OEA à Venezuela. Somente EUA, Canadá e Panamá votaram a favor da resolução.
Em sua fala, o secretário de Estado acusou a Venezuela de usar os EUA como carta política! para distrair o mundo dos assuntos internos do país. Lamento que nos tenham transformado em um pretexto, porque de fato tentamos nos aproximar e oferecemos um caminho alternativo”, disse. Kerry ainda citou o falecido presidente Hugo Chávez, dizendo que essa atitude venezuelana vem da tradição de Chávez, que fez essa jogada por anos!. De acordo com ele, Maduro tem muitos desafios internos e vem tentando imitar Chávez, sem sucesso!.
Biden
A pressão norte-americana contra o governo de Maduro recebeu reforço com declarações dadas no domingo (09/03) pelo vice-presidente dos EUA, Joseph Biden, que afirmou que a “situação da Venezuela é alarmante” e que o governo tem a obrigação de “respeitar os direitos universais”.
“A situação na Venezuela me lembra o passado, quando homens fortes governavam usando a violência e a opressão; e os direitos humanos, a hiperinflação, a escassez e a extrema pobreza causavam estragos nos povos do hemisfério”, afirmou.
Maduro respondeu dizendo que as declarações eram uma agressão! à Venezuela. “Por que Joe Biden ataca a Venezuela ao chegar ao Chile? Porque sabe que se apagou o golpe de Estado ‘guarimbero’, e quer animar os golpistas. Porque sabe que foram derrotados na OEA e quer se vingar”, frisou Maduro.
Em entrevista à rede CNN, Maduro pediu a Obama que respeite seu país e a região para não entrar em um “beco sem saída” na Venezuela e no conjunto da América Latina e o convidou a estabelecer “novos níveis de relação”.
“O que fariam os EUA, o que aconteceria nos EUA se algum grupo dissesse que vai incendiar os EUA para que Obama saia, para que renuncie, para mudar o governo constitucional dos EUA. Seguramente o Estado reagiria, utilizaria toda a força da lei para restabelecer a ordem”, disse o presidente venezuelano.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.
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