Eu já sabia que golpe contra Dilma foi com Supremo e tudo

Não posso ser acusado de fiscal de obra feita.

Eu já sabia que golpe contra Dilma foi com Supremo e tudo. Os leitores do Blog do Esmael também já sabiam disso há quase seis anos.

A velha mídia corporativa e a mídia independente também sabiam que havia um golpe em curso contra Dilma Rousseff em 2016.

Era um Segredo de Polichinelo.

Em maio de 2016, o então senador Romero Jucá (MDB-RR) fora flagrado em grampo dizendo o roteiro para “estancar a sangria” na trama pelo impeachment de Dilma. A promessa era que a Lava Jato só pararia de perseguir os políticos que a petista fosse derrubada.

Os parlamentares do Centrão foram enganados porque a força tarefa era um partido político que abrigava falsos combatentes da corrupção, que lutavam pelo poder sob o manto da Justiça.

Economia

Voltemos a Jucá.

Em um diálogo com o ex-presidente da Transpetro, Sergio Machado, do PSDB, o senador ouve a sugestão:

– Rapaz, a solução mais fácil era botar o Michel [Temer]… É um acordo, botar o Michel, num grande acordo nacional, disse o tucano, então convertido em delator.

– Com o Supremo, com tudo, dissera Jucá.

– Com tudo, aí parava tudo, afirma Machado.

– É delimitava onde está, pronto, concorda o senador emedebista.

Pois bem, é agora que a porca torce o rabo.

O ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em artigo numa revista sobre Relações Internacionais, disse que “o motivo real” para o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) foi a falta de apoio político, não as pedaladas.

Foi uma confissão do magistrado quase seis anos depois do golpe, ascensão de Michel Temer (MDB) e de Jair Bolsonaro (PL).

– A justificativa formal foram as denominadas ‘pedaladas fiscais’ —violação de normas orçamentárias—, embora o motivo real tenha sido a perda de sustentação política, discorreu o ministro do STF e TSE.

Em julho de 2021, Barroso já havia dito que Dilma foi afastada por falta de sustentação política – não por corrupção como fez crer a velha mídia corporativa e a Lava Jato.

– Creio que não deve haver dúvida razoável de que ela [Dilma] não foi afastada por crimes de responsabilidade ou corrupção, mas, sim, foi afastada por perda de sustentação política. Até porque afastá-la por corrupção depois do que se seguiu seria uma ironia da história, disse na oportunidade o ministro.