“Estou sendo perseguida politicamente”, diz chefe de NRE acusada de agredir diretora

Rosane Baptistel e o secretário Flávio Arns. Foto: Olho Aberto Paraná.
A chefe do Núcleo Regional de Educação de Laranjeiras do Sul (NRE), Rosane Baptistel, em entrevista ao Jornal Regional disse que está sendo vítima de perseguição política e de discriminação ao responder sobre suposta autoria de agressão física contra a diretora da Escola Municipal Rui Barbosa, Lucimara Meurer, do município de Marquinho. O fato ocorreu na manhã de sábado (31). Rosane se diz estarrecida com o que ela considera “armação” de adversários e conta a seguinte versão para essa história:

“Tudo começou no sábado, à s 7 horas, quando eu fui até a Escola Rui Barbosa, para apanhar o ônibus da prefeitura que viria para Laranjeiras do Sul, trazer os professores que fazem uma complementação da Vizivali, no Colégio Floriano Peixoto. Nós tínhamos prova neste dia, e eu não poderia faltar, quando fui pagar uma taxa que a prefeitura cobra pelo traslado, a diretora dessa escola, pediu-me que esperasse um minuto que ela queria falar comigo. Então eu aguardei. Logo depois de cobrar a tal taxa das demais professoras e de alguns caroneiros que também viriam para Laranjeiras, a professora Lucimara me disse que eu não poderia vir de ônibus, que ela tinha ordem para não me deixar embarcar, e que inclusive ela tinha um ofício me proibindo de usar o transporte. Foi então que eu pedi para ver o ofício, ela entrou no ônibus, para pegar o tal ofício que estava com o motorista. Eu entrei junto com ela, e no ofício dizia que o transporte era da rede municipal e que eu não poderia usá-lo. Mas outras pessoas, que não são servidores estavam dentro do ônibus e eu questionei, então ela me disse que a ordem que ela tinha era para não me deixar ir no ônibus, alegando também que eu tinha carro próprio, como se outros professores que ali estavam, não tivessem carro próprio. Ela me disse ainda que a ordem teria sido dada pelo secretário de Educação do município. Aí quando eu fui descer do ônibus, ela me segurou pelo braço para tomar o ofício, e eu tentei me defender dizendo que aquilo que eles estavam fazendo era perseguição política e discriminação. Alguns professores assistiram a cena, e por não concordar com o que estava acontecendo, desceram, sob ameaça. Ela dizia que quem descesse do ônibus não iria mais subir, e que se tivesse mais algum “puxa-saco” meu, que saísse. Inclusive uma das professoras que veio comigo, foi deixada pra traz em Laranjeiras do Sul, depois do curso.

Durante o tempo em que estávamos na sala de aula, eu puxei conversa com ela, tentando levar numa boa, dizendo que não estava certo, e que eu não queria confusão com ela, que eu a admirava pelo trabalho que ela desempenhava na escola, como diretora, que eu a respeitava, a ela e a família dela, que é uma família tradicional na cidade, mas de nada adiantou. Quando eu saí da sala para fazer uma ligação, nos encontramos e ela começou a me dizer palavrões horríveis, que eu seria incapaz de repeti-los. Foi quando eu liguei o celular e comecei a gravar o que ela estava me dizendo. E quando ela percebeu que eu estava gravando, ficou mais irritada e queria me tomar o celular. Ela me segurou tão forte no braço que estou até com hematomas, inclusive além de registrar ocorrência, eu fiz até exame de corpo delito. Nunca pensei passar por uma situação tão constrangedora, de ter que ir a uma delegacia, de ter o meu nome citado em notícias policiais. Não só por mim, mas pela minha família e também porque sou uma representante do governo, e de uma classe que é de professores, que estamos aí para educar, para ensinar. O que dizer que uma professora que fala palavrões como aqueles que ela deferiu, isto é inaceitável?

Bom, aí as professoras que viram tudo, me aconselharam a ir à  delegacia para registrar um Boletim de Ocorrência (BO), e eu fui, mas não tinha nenhum escrivão no momento, e eles me pediram para voltar depois das 10 horas. E quando eu voltei, o circo já estava armado, até os órgãos de imprensa já estava por lá. O prefeito de Marquinho já tinha convocado todo mundo.

Ontem, eu fiz o exame de corpo delito, registrei BO, sei que ela também registrou boletim e também fez exame de corpo delito, dizendo que eu a agredi fisicamente, mas isso não é verdade, eu jamais seria capaz de fazer uma coisa dessas, jamais eu desceria tão baixo, quem me conhece, as pessoas que convivem comigo, que trabalham comigo e até mesmo a população de Marquinho sabe que eu não faria isso, nunca. E como eu poderia agredi-la se eu estava gravando, segurando o celular? O que eu sei é que algumas professoras ouviram ela e outras colegas conversando no banheiro, dizendo que elas tinham que fazer alguma coisa para reverter a situação, senão elas seriam demitidas. Se ela está dizendo que tem arranhões no corpo, é porque outra pessoa ou ela mesma fez, porque eu não fui.

Agora eu pergunto, porque eu não posso usar o ônibus que é do município, se eu também sou uma cidadã marquinhense, que pago meus impostos em dia? Porque eu não sou professora do município? Outras pessoas que estavam ali, também não são. Isso para mim é perseguição política, sim, e eu estou muito triste por tudo o que aconteceu, e eu só queria saber por que ela, a Lucimara, está fazendo isso comigo.”

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