Na qualidade de amigo, me reservo o direito de brincar com Edson Feltrin. Registro aqui que seu desaparecimento está dando um trabalho danado. Uns falam que o “guardamento” de seu corpo já ocorre desde as 16 horas. Falso. Começará daqui a pouco, à s 19 horas, na Capela 1 do Cemitério Municipal, no bairro São Francisco.
Como se vê, Feltrin dá trabalho até depois de morto.
Aproveito para fazer um testemunho das lutas que Feltrin — um rebelde na essência — travou nos últimos anos. Foi um dos pioneiros a levantar a bandeira pela moralização da Câmara Municipal de Curitiba, antes mesmo da mídia e de alguns vereadores. Questionou e denunciou contratos malfeitos entre a prefeitura e o Instituto Curitiba de Informática (ICI). Brigou e se indignou várias vezes contra a caixa-preta na Urbs (empresa que gerencia o transporte coletivo), dentre outras barbaridades.
Havia um bordão nos movimentos sociais quando se deparavam com alguma dificuldade na mobilização: Chamem o Feltrin!!.
O militante Edson Feltrin foi-se embora incorruptível. Negou-se a transacionar posições políticas e ideológicas por quaisquer vantagens pessoais. Era um homem que sonhava com uma sociedade mais justa e fraterna. Na mocidade integrara o Partido Operário Comunista (POC), foi preso, anistiado político. Era nome certo para o primeiro escalão do prefeito Gustavo Fruet. Fui testemunha disso.
Por fim, uma justa homenagem que o prefeito Gustavo Fruet poderia fazer em memória de seu correligionário, companheiro, coordenador de campanha, seria abrir essas caixas-pretas (Urbs, ICI, Cotrans, etc.) prometidas durante a eleição. à‰ isso. Vamos à última homenagem a Feltrin!
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.