Em nova ação de marketing político, Educação vai “avaliar” 250 mil alunos da rede pública do Paraná

Flávio Arns (PSDB).
A Secretaria de Estado da Educação (SEED) confirmou ontem (14) que levará 250 mil alunos à  prova do Sistema de Avaliação da Educação Básica do Paraná (Saep), no próximo dia 22 de novembro. A avaliação será aplicada em todas as escolas estaduais para medir a aprendizagem dos alunos, saber das práticas pedagógicas e de gestão de cada estabelecimento de ensino.

O Saep avaliará 250 mil estudantes do 9!º ano do Ensino Fundamental (antiga 8!ª série) e do 3!º ano do Ensino Médio e do último ano do ensino médio técnico e de formação de docentes, que estão matriculados em 2.100 escolas da rede estadual. Eles vão responder 26 questões objetivas da disciplina de matemática e 26 questões de português.

A prova planejada pelo governo do Paraná é semelhante à  Prova Brasil (do Ministério da Educação) que, junto com as notas obtidas pelos alunos, compõe o àndice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) divulgado de dois em dois anos.

Essa avaliação do próximo dia 22 se soma a outra ação de “marketing político” do governo do Paraná na área da Educação: a mudança na matriz curricular das escolas. O objetivo é ampliar a carga horária nas disciplinas de matemática e português, o que é contestado pelos especialistas da área educacional.

Até o jacaré do Parque Barigui — tradicional parque de Curitiba — sabe que os gestores de educação do Paraná fizeram muito feio no último Ideb. Os professores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) têm uma visão muito particular sobre esse evento. Segundo eles, os gestores da SEED não entendem nada de educação pública!.

Para refrescar a memória dos leitores, em agosto passado passado o MEC divulgou o resultado do Ideb. A avaliação do ensino médio paranaense despencou sob o governo Beto Richa (PSDB). Em 2009, o índice era de 3,9 e em 2011, já na gestão da dupla Flávio Arns/Meroujy Cavet, caiu para 3,7.

Economia

Pois bem, voltemos à  vaca fria do Saep !“ o novo sistema de avaliação educacional do governo tucano. Se já temos a Prova Brasil ofertada pelo governo federal, sem custo, esse mecanismo pretendido pela SEED é desnecessário e traduz-se num verdadeiro desperdício de dinheiro público. A avaliação do MEC já revela os dados da Educação no estado.

à‰ bom frisar que, mesmo diante da vergonha que o Paraná fez com o pífio desempenho no Ideb, a SEED ainda não apresentou nenhuma ação concreta baseada nesses resultados, portanto, questiona-se: o que pretende o governo do Paraná fazer com mais informações?

Na opinião de especialistas em educação ouvidos por este blogueiro, há uma clara tentativa de desqualificar o sistema de avaliação nacional e criar mais uma ação de marketing com essa nova avaliação.

Estamos preocupados em garantir educação de qualidade para os estudantes de todas as regiões do Paraná e para isso criamos uma ferramenta própria para medir o desempenho dos alunos e orientar nossos professores e pedagogos na prática docente, para reforçar os conteúdos que não estão sendo bem assimilados!, explica Flávio Arns (PSDB), secretário da Educação e vice-governador.

Com que condição o professor fará essas intervenções, se muitas vezes os problemas enfrentados são questão de políticas públicas? Qual o papel das SEED, dos Núcleos Regionais, dos pedagogos, enfim, dos diretores de escolas nessa prova de Arns e Meroujy? Será apenas um treino para as avaliações nacionais, já que avaliam as mesmas séries e áreas do conhecimento ou se trata mesmo de uma ação visando desqualificar o Ideb?

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