Em nota, Dilma Rousseff xinga Temer de “cara de pau” por defender permanência de Bolsonaro

A ex-presidenta Dilma Rousseff (PT), vítima de golpe em 2016, em nota oficial, xingou seu ex-vice Michel Temer (MDB) de “cara de pau” por defender a permanência do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Para a petista, ao defender a permanência de Bolsonaro, Temer, artífice do golpe de 2016, revela “cara de pau e despudor”.

Dilma faz questão, na nota, de distinguir o golpe que sofreu dos pedidos de impeachment contra Bolsonaro.

De acordo com a ex-presidenta, os movimentos pelo ‘Fora Bolsonaro’ não têm a marca e o caráter golpistas, já que se lastreiam em crimes de responsabilidade reais.

“Uma elite oligárquica que não tem limites para realizar seus interesses – de milícias assassinas ao próprio governo Bolsonaro – produz, também, a desfaçatez ou, em termos populares, a cara de pau, a falta de vergonha na cara”, escreveu Dilma.

“Michel Temer, um dos artífices do golpe, e do impeachment fraudulento, porque sem crime de responsabilidade, com inegável despudor diz que “o impeachment não pode virar moda” e, por isso, Bolsonaro deve ficar”, criticou a petista.

Economia

Dilma Rousseff lembrou ainda que Michel Temer, seu ex-vice, é o mesmo personagem de seguidos sincericídios nos quais reconheceu que houve golpe em 2016 e, com a mesma desfaçatez de agora, diz que “não queria e não participou”.

Abaixo, leia a íntegra da nota de Dilma Rousseff:

A DESFAÇATEZ DE TEMER

Ao defender a permanência de Bolsonaro, artífice do golpe de 2016 revela cara de pau e despudor

Uma elite oligárquica que não tem limites para realizar seus interesses – de milícias assassinas ao próprio governo Bolsonaro – produz, também, a desfaçatez ou, em termos populares, a cara de pau, a falta de vergonha na cara.

Michel Temer, um dos artífices do golpe, e do impeachment fraudulento, porque sem crime de responsabilidade, com inegável despudor diz que “o impeachment não pode virar moda” e, por isso, Bolsonaro deve ficar.

É o mesmo personagem de seguidos sincericídios nos quais reconheceu que houve golpe em 2016 e, com a mesma desfaçatez de agora, diz que “não queria e não participou”.

Mas a diferença é que, agora, os pedidos de impeachment contra Bolsonaro não têm a marca e o caráter golpistas, já que se lastreiam em crimes de responsabilidade reais.

DILMA ROUSSEFF

LEIA TAMBÉM

MPF pede afastamento do ministro do Meio Ambiente, mas Paulo Guedes pode continuar passando a “boiada” na pandemia

Publicado em 7 julho, 2020

 

Os 12 procuradores que assinam a ação de improbidade administrativa contra ministro Ricardo Salles querem “fechar a porteira” no Ministério do Meio Ambiente, mas, pelo visto, pretendem deixar a escancarada a do Ministério da Economia para que Paulo Guedes “passe a boiada” em plena pandemia de coronavírus.

Numa ação que tramita na 8ª Vara da Justiça Federal de Brasília, o MPF acusa Salles de “desestruturação dolosa das estruturas de proteção ao meio ambiente”.

Os bravos procuradores do MPF citam como ponto de partida a reunião ministerial do dia 22 de abril deste ano, no Palácio do Planalto. No encontro, o ministro falou em “passar a boiada”, qual seja, aproveitar o período da pandemia do coronavírus para mudar atos e normas relacionados ao meio ambiente para, em português claro, facilitar a devastação de reservas florestais.

Os mesmos ínclitos membros do Ministério Público Federal não ficaram chocados com a “boiada passada” no último dia 24 de junho, no Senado, que obriga a privatização da água –um tema correlato com meio ambiente e economia.

Paulo Guedes, celebrado “Posto Ipiranga” do governo de Jair Bolsonaro, à luz do dia, tem anunciado que passará a “boiada das privatizações” de empresas e bens da União em plena pandemia da Covid-19. Ele planeja levantar até R$ 2 trilhões para repassar a bancos e especuladores a título de pagamento de juros e amortizações de dívida pública. Nada para o combate do vírus, que apenas é usado para abrir as porteiras.

Pelo Twitter, o presidente Jair Bolsonaro elogiou o reinício da liquidação de ativos públicos pelo ministro Paulo Guedes.

“Edifício “A Noite” será leiloado, em evento virtual que ocorrerá em agosto ou setembro. Localizado no RJ, é avaliado em cerca de R$ 90 milhões. Mais uma rodada das inúmeras ações de enxugamento dos gastos públicos e desperdício de dinheiro do pagador de impostos”, escreveu o presidente, que mesmo com suspeita de estar infectado pelo Covid-19 não diminuiu seu ímpeto lesa-patrimônio.

O Ministério Público Federal pediu o afastamento do ministro do Meio Ambiente, mas Paulo Guedes pode continuar passando a “boiada” na pandemia de coronavírus.

Caros procuradores do MPF, o cidadão médio brasileiro, na sua faculdade mental plena, seria bastante prudente e não venderia [ou compraria] um patrimônio estratégico –o bem da vida—num momento tão conturbado como este da pandemia. Fumus boni juris.