Em meio à denúncia de ‘orgia sexual’, ônibus pode subir a R$ 4 em Curitiba

assedio_urbs_fruetO k-suco está fervendo na Prefeitura de Curitiba e na Urbs (Urbanização de Curitiba S/A), empresa que deveria gerenciar o transporte coletivo na capital de todos os paranaenses.

Para entender esse quiproquó danado, o Blog do Esmael entrevistou o presidente do Sindiurbano (Sindicato dos Trabalhadores em Urbanização do Paraná), Valdir Mestrini, que prevê tarifa do ônibus a R$ 4 até fevereiro de 2016.

Os trabalhadores na Urbs denunciam orgia, assédio sexual e tarifa alta nos ônibus. “Tudo com vistas grossas do prefeito Gustavo Fruet (PDT)”, denunciam os sindicalistas.

O Sindiurbano realiza daqui a pouco, às 18h30, no Senge (Sindicato dos Engenheiros), uma plenária para debater essa crise no transporte coletivo. Na reunião, eles pedirão a cabeça do presidente da Urbs, Roberto Gregório, que, segundo os sindicalistas, estaria mancomunado com a máfia das empresas em desfavor dos usuários dos ônibus.

A seguir, leia a íntegra da entrevista:

Blog do Esmael – A demanda judicial do Sindiurbano revelou uma situação complicada na empresa durante a gestão de Gregório. E que possível falar a respeito mesmo o processo correndo em segredo de Justiça?

Economia

Mestrini – Os fatos de conhecimento público. Os depoimentos no MP não estão sob segredo. Nós vamos preservar as vítimas.

Blog do Esmael – As denúncias de trabalhadores sobre assédio laboral e também sexual é uma questão explosiva. Qual medida tomada pela direção da Urbs?

Mestrini – O que chama a atenção foi o comportamento do Gregório em relação ao parecer que ele solicita dizendo que não havia problema com a licitação do transporte coletivo, quando tudo estava judicializado. Ou seja, ele queria abafar e legitimar para beneficiar as empresas.

Blog do Esmael – No meio desse ‘tiroteio’ ocorre uma obscura negociação entre a Urbs e os empresários do transporte coletivo sobre um possível aumento tarifário, que passaria para R$ 4. É isso?

Mestrini – A negociação com o MP faz com que ao assumir com todas as responsabilidade no contrato, a tarifa vai explodir e poderá chegar a R$ 4. Os empresários jogam naturalmente para que o prefeito cubra o valor pedido. Fruet se fecha e não discute e as coisas vão acontecendo…

Blog do Esmael – A situação de descalabro administrativo não coloca em xeque a permanência de Roberto Gregório à frente da Urbs? Por que Fruet faz vistas grossas às denúncias do Sindiurbano?

Mestrini – O prefeito passou da hora de demitir a diretoria, que não tem condições ética e moral para continuar na empresa. O próprio Fruet repete que ganhará a eleição de 2016 quem tiver menos escândalo, pois agora ele tem um ‘sexual’ para chamar de seu.

Blog do Esmael – Os serviços na cidade estão em crescente estado de precarização: os equipamentos urbanos, transporte público, trânsito, enfim, questões sob responsabilidade da Urbs. Como o sindicato vai dialogar com a sociedade para ampliar a luta e barrar a desestruturação da empresa e dos serviços? O que isso impacta nos trabalhadores?

Mestrini – O entendimento que temos é que o sucateamento dos serviços públicos e os trabalhadores alertarão o prefeito. O transporte que era vitrine na capital agora é marketing negativo devido aos escândalos de assédio sexual e preço proibitivo da tarifa do ônibus. O serviço está sendo elitizado pelo preço. Daqui a pouco o usuário comum não terá como pagar a passagem.

Blog do Esmael – Algumas entidades sindicais e a “Plenária Popular do Transporte” planejam mobilização para impedir o aumento da tarifa. Como anda isso?

Mestrini – Vamos debater uma forma de chegar ao prefeito e discutir a situação. Há cerca de um ano Fruet se nega a receber as entidades. Nós queremos evitar mais um aumento na tarifa de ônibus. Daqui a pouco, se deixarmos, vai a R$ 4.

Blog do Esmael – E a questão das demissões na Urbs?

Mestrini – Ocorreram essas duas demissões [no processo de assédio]. Elas foram assinadas pelo preposto de Fruet. Nós vamos revertê-las porque não foram motivadas.

Colaborou Milton Alves.

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