Em Curitiba, PSTU adota discurso do time de Ducci e Richa

Avanílson Araújo (PSTU) concorreu ao governo do estado em 2010 (Reprodução/RPC TV).
O candidato a prefeito de Curitiba pelo Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados (PSTU), Avanilson Araújo, em artigo que segue abaixo, tomou emprestado do prefeito Luciano Ducci (PSB), candidato à  reeleição, o principal argumento contra a candidatura de Gustavo Fruet (PDT), que nesta disputa eleitoral conta com o apoio do PT.

O time de Ducci e do governador Beto Richa (PSDB) vem repetindo como um mantra a suposta contradição entre Fruet e PT desde que o ex-tucano converteu-se ao “socialismo moreno” do saudoso ex-governador Leonel Brizola.

O candidato do PSTU vê contradições entre o discurso do PT e da CUT, que enxergam o julgamento do “mensalão” pelo STF como um golpe de direita, e o apoio desses ao ex-algoz do governo Lula e de petistas.

A seguir, a íntegra do artigo de opinião do candidato Avanilson Araújo:

“Mensalão: então em Curitiba o PT está apoiando um suposto golpista?

por Avanilson Araújo[1]

Economia

Recentes matérias veiculadas na imprensa dão conta de que a CUT e o PT esboçam uma reação ao que seria uma tentativa de golpe da mídia e de setores da direita, no esquema que ficou conhecido como Mensalão!, no momento em que o STF (Supremo Tribunal Federal) se prepara para julgar o caso.

O Mensalão foi o maior escândalo de corrupção do governo Lula. Entre aqueles que ficaram chocados e incrédulos, há os fatos. O esquema envolvia o pagamento de mensalidades! aos deputados para votarem projetos de interesse do governo, além disto, o esquema envolvia favorecimentos ilegais de empresas, corrupção ativa, lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta e evasão de divisas. Esses são os crimes que o STF irá julgar no próximo período.

Mas será então que isto foi uma tentativa de golpe da mídia e da direita ou absurda adaptação do PT ao estado, aprofundando-se num antro de corrupção nunca antes visto?
Segundo o presidente da CUT, Artur Henrique, ao expor sua tese de uma possibilidade de golpe da direita: Basta aprofundar o processo eleitoral elegendo um Congresso conservador para se utilizar da legislação para derrubar um presidente!. Em outro trecho cita que irá defender os atos de corrupção no governo Lula: Não temos vergonha de defender o que foi feito no governo do presidente Lula!.[2]
Quer dizer que se aprofundarmos a democracia corremos o risco de um golpe?

Em 2005 e 2006 o então Deputado Federal Gustavo Fruet (PSDB) foi uma das principais vozes da oposição de direita no Brasil, ao lado de figuras como àlvaro Dias (PSDB), Demóstenes Torres (ex-DEM !“ do esquema de Carlinhos Cachoeira) e outras figuras da velha direita que denunciaram o mensalão, esquema parecido com o ocorrido no governo FHC, mas que agora atingia Lula, a maior liderança operária construída no país nos últimos anos.

Fruet foi uma voz estridente contra o governo Lula, o que nos faz deduzir pelo raciocínio do PT e da CUT que poderá ter sido também um dos principais articuladores de um golpe contra o governo Lula.

Mas, para a surpresa de alguns, veio o processo eleitoral de 2012 e quem o PT (a mesma tendência de Lula e de José Dirceu) impuseram como opção para a base social do PT e para seus filiados? Fruet… Isto mesmo, Gustavo Fruet. Numa aliança construída diretamente pelos senadores petistas Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann.

à‰ preciso questionar se Gustavo Fruet deixou de ser um eventual golpista ou se o PT fez uma aliança com ele, mesmo sabendo desta condição.

Nem Gustavo Fruet (agora no PDT) nem os mensaleiros! têm qualquer base moral para falar em ética ou compromisso com os trabalhadores. Os esquemas! da governabilidade os colocam na mesma situação, daqueles que têm rabo preso com que determinam para que eles devem governar e que, com certeza, não é para o povo trabalhador.
Cabe retomar a pergunta do título deste breve artigo: então em Curitiba o PT está apoiando um suposto golpista?”

[1] Presidente estadual PSTU-PR, Advogado, candidato a prefeito de Curitiba.
[2] Jornal Gazeta do Povo, edição de 10.07.12, Pág. 16.

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