Eleição na Fiep: Empresário compara currículos de Barros e Campagnolo

Carlos Walter divulga carta.
O empresário Carlos Walter, presidente do Sindimetal de Maringá e candidato a vice-presidente da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), na chapa Fiep Independente, divulgou uma carta nesta terça-feira (2) pedindo aos industriais que comparem os currículos dos candidatos à  presidência da entidade.

A eleição da Fiep será disputa amanhã, dia 3, por dois candidatos. De um lado, da chapa Fiep Independete, está o empresário do ramo têxtil Edson Campagnolo. De outro, da chapa Nova Fiep, está o político Ricardo Barros (PP).

“Um é empresário e outro é político. O primeiro, industrial testado, exerceu atividades sindicais como presidente do Sinvespar (defesa do setor, negociações de convenção, representação, etc.), e na FIEP tem atuação forte e constante, acumulando conhecimento da entidade. O segundo, político experiente de vários mandatos. Após a eleição perdida para o Senado, tornou-se Secretário de Estado da Indústria. Agora tenta ser eleito para a FIEP, numa seara diferente de sua política partidária usual”, diz um trecho da carta em que compara os dois candidatos.

A seguir, leia a íntegra da carta de Carlos Walter:

Aos Presidentes e Diretores dos Sindicatos da Indústria,

ELEIà‡à•ES NA FIEP: PERGUNTAS CAPITAIS

Economia

Na próxima 4!ª. feira, os industriais paranaenses, representados pelos sindicatos, que se aglutinam na entidade que os representa – a FIEP -, estarão escolhendo !“ entre Edson Campagnolo e Ricardo Barros !“ quem a conduzirá após a gestão de Rocha Loures.

Entre propósitos e promessas, muito comuns em tempos eleitorais, a prudência ensina que o melhor a fazer é comparar passado e presente dos postulantes e também procurar responder algumas questões práticas e objetivas. Pessoalmente, tenho algumas perguntas:

O industrial, como empreendedor, deve estar politicamente vinculado à  administração pública?

Por questão genética, obviamente que não. O capitalista convive com o Estado, mas dele faz questão de guardar a necessária e obsequiosa distância, tanta que lhe permita reivindicar e questionar, legitimamente, em todas as esferas de poder, sem qualquer restrição, censura ou compromisso. à‰ democrático ser e agir assim e é muito saudável que os interesses privados e públicos não se confundam. A sociedade agradece.

O industrial tem preferências ideológicas?

E como. Se os trabalhadores, do ventre sindical, geraram o PT, com tanto sucesso e poder, os empresários também têm clara ideologia, a de empreender, buscar o legítimo lucro e contribuírem com a sociedade pelos empregos que geram, impostos que recolhem, exigindo do Estado boas políticas públicas que lhes permitam mais empreender, mais lucrar e mais contribuir à  sociedade. Está no seu DNA e disso não pode e não deve ter um pingo de vergonha em falar, expor e sustentar. Mesmo porque assumem o “risco” do negócio. O Paraná e o Brasil só cresceram e crescerão com a pujança da indústria, comércio e serviços dos particulares.

O industrial é a favor de mais impostos?

Categoricamente não. Em tudo que a indústria produz ou faz há um elevadíssimo valor agregado à  conta de tributos, que se destina a sustentar a máquina estatal – Municípios, Estados e União -, sem esquecermos que cada um de nós, individualmente, ao comprarmos algum bem ou serviço, bem o sabemos e melhor o sentimos, há taxação. Quem produz e quem consome entoam os mesmos brados: xô impostos!, chega de corrupção!, basta de desperdício!.

O industrial, enquanto empregador, também deseja mudanças na legislação trabalhista e sindical?

100% deles acham que sim. E a reforma pretendida não passa, obrigatoriamente, pela redução da carga semanal de trabalho de 44 para 40, 38 ou 36 horas semanais !“ como feita em países europeus em passado recente e que comprometeram suas economias !“ ou pelos pisos salariais estaduais, definidos em gabinetes e desconectados dos indicadores econômicos. Os empresários suportam uma legislação obsoleta e sofrem com a desleal concorrência dos que agem na informalidade e não são corretamente fiscalizados pelo Poder Público. A cidadania do trabalhador brasileiro também é resgatada pelas boas e consistentes políticas do industrial que fornece transporte, saúde, alimentação, educação e previdência privada a milhões de trabalhadores.

No currículo dos candidatos – Edson Campagnolo e Ricardo Barros -, qual a primeira qualificação que vem à  mente?

Um é empresário e outro é político. O primeiro, industrial testado, exerceu atividades sindicais como presidente do Sinvespar (defesa do setor, negociações de convenção, representação, etc.), e na FIEP tem atuação forte e constante, acumulando conhecimento da entidade. O segundo, político experiente de vários mandatos. Após a eleição perdida para o Senado, tornou-se Secretário de Estado da Industria. Agora tenta ser eleito para a FIEP, numa seara diferente de sua política partidária usual. Como cidadão maringaense e eleitor reconheço os benefícios que ele e sua família fizeram por nossa cidade. Mas entendo que são situações diferentes. Ouvi, várias vezes, o Ricardo se autodenominar como “Animal Político” e isto é sua vida. Não creio ser possível dissociá-lo da ação partidária para exercer a presidência de uma entidade de interesse privado. E continuo pregando que a FIEP tem que fazer política constante na defesa da industria, mas ser apartidária.

A última, mas não menos importante, pergunta: quem melhor defenderá os genuínos interesses dos industriais paranaenses, quando sentar na cadeira da vigorosa FIEP?

Todo cuidado é pouco. Devemos ser atentos e participativos. E cobrar compromissos. Mas não tenho dúvidas, deve ser um industrial, ser um de nós que tenha exercido atividade sindical patronal e ter experiência na FIEP. Nossa indústria precisa de muita política, sem dúvida, mas sem partidarismo. Devemos ser parceiros dos governos eleitos e dos políticos, que cooperam conosco e reconhecem o nosso valor, visando apoio para grandes lutas que temos pela frente, tais como, a tentativa de retorno da CPMF, diminuição da jornada de trabalho, etc.

Nesta semana decisiva vamos votar com consciência firme, não podemos faltar com nosso compromisso.

CARLOS WALTER MARTINS PEDRO
Presidente do SINDIMETAL/MARINGà

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