Certa feita o deputado Cleiton Kielse (PMDB), da tribuna, denunciou que havia uma forte bancada atuando pelos interesses do pedágio na Assembleia Legislativa do Paraná. A turma do deixa-disso entrou em ação e colocou “panos quentes” na grave acusação.
Passado um ano e meio da revelação do parlamentar, eis que o Ministério Público Federal (MPF) trouxe à luz informação que candidaturas foram abastecidas com dinheiro da máfia do pedágio.
Segundo promotores, o governador Beto Richa (PSDB) recebeu R$ 3 milhões em doações das concessionárias para a sua campanha. A senadora Gleisi Hoffmann (PT) também recebeu agrado de R$ 1,3 milhão.
O prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT), angariou R$ 140 mil e o presidente da Assembleia Legislativa, Valdir Rossoni (PSDB), pegou R$ 50 mil. O senador Roberto Requião (PMDB) teve ajuda de R$ 15 mil.
No ano passado, Rossoni chegou a arquivar requerimento para instalar a CPI do Pedágio. A comissão saiu com maioria governista e, na terça (25), realizou sua última sessão. Deverá apresentar relatório final nos próximos dias.
Os senadores Gleisi Hoffmann e Roberto Requião juram não ter recebido dinheiro das concessionárias de pedágio.
Coincidência ou não com a saída desses recursos para campanhas eleitorais, além da CPI do Pedágio ter quase naufragado, as concessionárias deixaram de realizar obras previstas e os contratos vêm sendo modificados sucessivamente desde 1998. Claro, sempre contra os interesses dos usuários das rodovias.
A pergunta que não quer calar é a seguinte, terá coragem a CPI do Pedágio de indiciar os políticos acima ou assumirá seu papel de laranja?
à‰ bom lembrar que no final do ano, alheio à comissão de investigação, o governador Beto Richa reajustou as tarifas nas 27 praças que cortam o Paraná. Na época, a bancada do PT acusou o tucano de comportar-se como sócio das empresas de pedágio.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.
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