Na França, a operação de um dos reatores da usina nuclear de Chinon foi congelada, segundo o The New York Times: foram encontradas rachaduras no sistema de refrigeração do reator. As paralisações parciais não são únicas: a França, por exemplo, foi forçada a fechar cerca de metade de suas usinas nucleares após uma série de problemas imprevistos.
Como observa o jornal americano, as usinas nucleares fornecem cerca de 70% de toda a eletricidade na França: o país está contando com sua energia nuclear no contexto da crise ucraniana e do desejo da Europa de reduzir o consumo de petróleo e gás russos. No entanto, a empresa de energia francesa Electrecite de France (EDF) enfrentou uma série de problemas, desde corrosão dentro de usinas nucleares até altas temperaturas que dificultam o resfriamento de reatores antigos.
As interrupções no trabalho da EDF levaram ao fato de que a produção de eletricidade nas usinas nucleares francesas atingiu um mínimo nos últimos trinta anos, escreve o The New York Times. Isso, entre outras coisas, levou a um aumento acentuado nos preços da eletricidade. Como descreve o jornal, agora, em vez de exportar eletricidade, a França se prepara para importar.
A EDF tem atualmente cerca de US$ 45 bilhões em dívidas, informa o jornal. O governo francês não descarta que a empresa tenha que ser nacionalizada.
Como observa o The New York Times, os problemas da EDF surgiram no momento mais inconveniente. À luz da eliminação progressiva dos recursos energéticos russos, os defensores da energia nuclear argumentaram que seriam as usinas nucleares que ajudariam a Europa a evitar uma escassez de energia. No entanto, é difícil evitar a crise da EDF, destaca o jornal.
A grande indústria nuclear francesa carece de investimentos: a maioria dos reatores foi construída nos anos 80, e os novos muitas vezes enfrentam problemas técnicos.
Ao mesmo tempo, a EDF continua a fazer negócios com a russa Rosatom, relata o The New York Times. Em caso de ruptura das relações com a Rosatom, a EDF enfrentará um novo declínio.