Deu no New York Times: Bolsonaro planejou 1,4 milhão de mortes no Brasil

O presidente Jair Bolsonaro pretendeu 1,4 milhão de mortes no Brasil para atingir a tal imunidade de rebanho durante a pandemia. O cálculo é da jornalista e escritora Vanessa Barbara, que publicou um importante artigo no The New York Times, jornal mais influente do mundo, denunciando a estratégia do miliciano.

“O presidente Jair Bolsonaro aparentemente pretendia levar o país à imunidade coletiva por infecção natural, quaisquer que fossem as consequências. Isso significa – assumindo uma taxa de mortalidade de cerca de 1 por cento e considerando 70 por cento de infecção como um limite experimental para imunidade de rebanho – que Bolsonaro efetivamente planejou pelo menos 1,4 milhão de mortes no Brasil”, escreveu Vanessa.

Nas páginas do New York Times, a articulista disse que o presidente brasileiro ainda nem fez o trabalho pela metade porque já são mais de 450 mil mortos pela covid-19 no País.

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Bolsonaro ampliou sua aposta no negacionismo e na charlatanismo visando atingir sua meta de 1,4 milhão de mortos.

Nesta quinta-feira (27/5), durante live semanal, o presidente da República voltou a desacreditar a vacina e destacou a cloroquina e o chá de carapanaúba, saracura ou jambu como medicamentos contra o vírus. Bolsonaro disse que nenhum índio balaio morreu em Matucará, no Amazonas, porque eles fazem tratamento precoce com chás e ervas.

“Eu tomei aquele negócio que mostrei pra ema e no outro dia estava bom”, disse Bolsonaro, ao defender o uso da cloroquina –medicamento sem eficácia comprovada contra a doença.

Economia

Ainda no artigo do Times, Vanessa lembrou que Bolsonaro fez de tudo para facilitar a disseminação do vírus. “Ele passou o último ano falando e agindo contra todas as medidas cientificamente comprovadas para conter a propagação do vírus. O distanciamento social, disse ele, era para ‘idiotas’. As máscaras eram ‘ficção’. E as vacinas poderiam transformar quem tomou em jacaré.”