Desacreditados, caminhoneiros voltam a falar de greve contra aumento dos combustíveis

Os caminhoneiros voltaram a ameaçar fazer greve –mais uma vez– contra o aumento de combustíveis. A relação deles com o presidente Jair Bolsonaro é de amor e ódio [mais amor, evidentemente, por isso não sai a greve].

Nesta segunda-feira (1º), a Petrobras reajustou pela quinta vez neste ano os preços da gasolina e do diesel. Ambos em 5%.

Os caminhoneiros ficaram desacreditados porque nos últimos meses ameaçaram paralisar e não cumpriram a promessa, embora houvesse motivos de sobra para uma greve.

Somente este ano, são 39,78% de reajuste na gasolina e 32,72% no diesel.

O presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, conhecido como Chorão, disse ao UOL que chegou a hora dos caminhoneiros mostrar a força de novo.

“Não vou repetir as palavras do presidente, mas “acabou, pô”. Não dá mais. Agora chegou a hora de todos os trabalhadores, os autônomos, dos caminhoneiros se unirem novamente. Vamos mostrar a nossa força de novo”, disse o líder dos caminhoneiros.

Economia

O presidente Jair Bolsonaro anunciou a troca do comando da Petrobras, no entanto, assegurou que a política de reajuste dos combustíveis continuará a mesma. Ou seja, os preços variam pela cotação do dólar e do petróleo na bolsa.

Apesar da retórica de enfrentamento, a retirada temporária de impostos federais PIS e Cofins dos combustíveis poderá dar a falsa sensação de que os preços diminuíram. No entanto, será mais uma transferência de recursos públicos para as burras dos sócios privados na Petrobras.

Os preços abusivos da Petrobras só recuarão quando houver mudança efetiva na política que vigora atualmente. Não é mais possível que trabalhadores comprem combustíveis em dólar enquanto recebem em real. É aí que existe a discrepância.

Reduzir imposto não resolve preço de combustíveis e ainda pode retirar investimentos de áreas como saúde e educação.

Aos caminhoneiros, falta a credibilidade perdida pela associação ao bolsonarismo.