Derrotados e humilhados, Estados Unidos fogem do Taleban após 20 anos de ocupação no Afeganistão

Os Estados Unidos e o Reino Unido são os principais derrotados na guerra do Afeganistão iniciado há 20 anos, que terminou com a vitória do Taleban e fuga de tropas militares e diplomáticas estrangeiros. A comunidade internacional condena a saída de Washington de Cabul, mas a retirada não foi voluntária: os americanos e britânicos perderam a guerra travada por duas décadas e que custou, somente para os cofres da Casa Branca, cerca de 1 trilhão de dólares (R$ 5,5 trilhões).

Os talebans tomaram a capital Cabul no domingo (15/08), assim como os americanos e britânicos, o presidente afegão também empreendeu fuga. Ninguém sabe ninguém viu Ashraf Ghani, que admitiu a vitória dos insurgentes e justificou sua covardia extrema: “evitar um banho de sangue”.

Ghani afirmou que “incontáveis patriotas seriam martirizados e a cidade de Cabul seria destruída” se ele permanecesse.

“O Taleban venceu … e agora é responsável pela honra, propriedade e autopreservação de seus compatriotas”, disse ele em um comunicado postado no Facebook.

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“Agora eles enfrentam um novo teste histórico. Ou preservam o nome e a honra do Afeganistão ou dão prioridade a outros lugares e redes”, acrescentou.

Embora os EUA e outros serviços diplomáticos europeus fogem do Afeganistão, a Rússia de Vladmir Putin disse que manterá relações com Cabul.

A China de Xi Jinping, de olho no vácuo, pediu hoje (16/08) que o Taleban cumpra sua promessa e garanta uma transição tranquila enquanto Pequim descobre sua estratégia no país vizinho após a saída precipitada dos EUA. Não há espaços vazios na relações internacionais, comemoram os chineses, ampliando sua influência na geopolítica mundial.

“A China dá as boas-vindas à promessa do Taleban de que não permitirá que nenhuma força use o território afegão para se envolver em atos prejudiciais à China e sua expressão de esperança de que a China se envolva mais no processo de paz e reconciliação do Afeganistão e desempenhe um papel maior na reconstrução futura e desenvolvimento econômico”, afirmou a mídia estatal chinesa, que chama corretamente o Afeganistão de “cemitério de impérios”.

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