Deltan Dallagnol chefiava facção de milícia digital, revela Intercept

A 15ª reportagem do site The Intercept Brasil nesta segunda-feira (12) traz nova materialidade às atividades ilegais do procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa Lava Jato em Curitiba.

De acordo com a matéria pelos repórteres Rafael Neves e Rafael Moro Martins, do Intercept, Deltan usou dois movimentos de extrema-direita –o Instituto Mude — Chega de Corrupção e Vem Pra Rua– como laranjas para atingir seus objetivos pessoais e políticos. Também faz parte do “pomar” da Lava Jato o Observatório Social, com sede em Curitiba.

Mensagens no Telegram revelam que Deltan pautava atos públicos, publicações em redes sociais e manifestações dos movimentos de forma oculta, tomando cuidados para não ser vinculado publicamente a eles. Ou seja, o procurador agia como chefete de facção de uma milícia digital haja vista que esses grupos existiam basicamente nas redes sociais.

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O Intercept mostra que Deltan militou pela escolha do novo relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal apenas um dia após a morte do ministro Teori Zavascki. O coordenador força-tarefa atuou pela rejeição dos nomes de Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e do atual presidente da Corte, Dias Toffoli, para a relatoria das ações da operação.

Nem o ministro Alexandre de Moraes escapou das estripulias de Deltan Dallagnol, segundo os diálogos da #VazaJato. Temia-se que o sucessor Zavascki no STF fosse contra o cumprimento antecipado da pena. Então, o procurador usava os “movimentos sociais” laranjas para escrachar, pressionar e influenciar ministros nas decisões do Supremo, orientando e executando atos conjuntamente com milícias digitais.

A movimentação de Deltan foi para pressionar o Supremo e manter a prisão em segunda instância, qual seja, prender o ex-presidente Lula após a confirmação da sentença no caso tríplex do Guarujá (SP). “Tenho que ficar na sombra e aderir lá pelo segundo dia”, afirmou numa das conversas o procurador da Lava Jato.