Flávia Calé, presidenta da Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG ), diz que um dos passos importantes será a manutenção do Estado democrático e o respeito aos métodos científicos e ao Estado Laico, além de continuar lutando pelo financiamento para pesquisas.
LEIA TAMBÉM:
Bolsonaro se irrita com vídeo de Witzel chamando Mourão de “presidente”
PT divulga nota sobre os 75 anos da libertação de Auschwitz
Xico Graziano: “coronavírus é invenção do jornalismo catastrófico”
Só neste ano, o MEC decidiu cortar pela metade o orçamento da Capes, onde foram reservados R$ 2,2 bilhões para a instituição frente os R$ 4,25 bilhões previstos neste ano. A Capes ainda teve R$ 300 milhões contingenciados neste ano e impactou em 11 mil bolsas no orçamento de 2019.
Apesar do temor de que a Capes financie linhas de pesquisa que abordem essa questão do criacionismo, Flávia lembra que a instituição tem professores preparados para filtrar o que é de interesse público ou não. “Temos que ficar atentos, já que o projeto do governo Bolsonaro é desmonte nacional, antidemocrático e ataca todas as áreas. A ciência e tecnologia, apesar de ter o Marcos Pontes como ministro, é um espaço de diálogo, mas ainda sem repostas por parte do governo”, disse, em entrevista ao jornalista Glauco Faria, da Rádio Brasil Atual.
Na virada do ano, o Ministério da Educação (MEC) publicou a Portaria 2.227, que estabelece novas regras para viagens a serviço de servidores da educação. O artigo 55, por exemplo limita o número de participantes em congressos nacionais e internacionais. O texto estabelece o máximo de “dois representantes para eventos no país e um representante para eventos no exterior, por unidade, órgão singular ou entidade vinculada”.
A presidenta da ANPG criticou a medida e afirma que a portaria atinge a autonomia universitária. “Essa medida impacta nas universidades que fomentam e organizam essa agenda. Assim como foi visto com o Future-se, o governo comete um ato de ingerência com medidas que atingem as universidades dessa maneira. A pós-graduação brasileira está vinculada às universidades, então é um prejuízo”, lamentou.
Por RBA
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.