STF em Ruínas: Conheça os estragos causados pelos ataques golpistas

CPMI do 8 de janeiro aprova plano de trabalho com investigações desde o 2º turno

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) deu um importante passo nesta terça-feira (6/6) ao aprovar o plano de trabalho elaborado pela relatora Eliziane Gama (PSD-MA). Esse colegiado foi criado com o objetivo de investigar os ataques às sedes dos Três Poderes ocorridos no dia 8 de janeiro. Agora, o próximo passo será a convocação e o convite de ex-ministros e outros personagens-chave ligados à gestão de Jair Bolsonaro (PL).

Essa CPMI tem uma tarefa árdua pela frente, mas também de suma importância para a democracia brasileira. É preciso apurar a fundo o que aconteceu no fatídico dia 8 de janeiro, mas o escopo das investigações vai além disso. A relatora Eliziane Gama deixou claro que o plano de trabalho visa reconstruir os eventos que levaram à depredação, começando desde o segundo turno das eleições presidenciais, em 30 de outubro.

O documento aprovado pela CPMI detalha os pontos de investigação que serão abordados ao longo dos 180 dias previstos para a atuação do colegiado, podendo ser prorrogados se necessário. Entre as questões a serem exploradas estão a atuação de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, sua relação com a Polícia Rodoviária Federal e as manifestações golpistas que ocorreram nas rodovias após o resultado das eleições.

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Além disso, serão investigados os acampamentos na região do Quartel-General do Exército e os atos antidemocráticos contra as sedes dos Três Poderes, com o intuito de identificar os responsáveis por essas ações e os financiadores por trás delas. Também serão analisados o planejamento e a atuação dos órgãos de Segurança Pública no dia 8 de janeiro, bem como a falta de efetividade nas medidas de contenção.

Agora, a expectativa recai sobre as convocações e convites que serão deliberados pelo grupo na quarta-feira (7/6). Ex-ministros, como Anderson Torres e general Augusto Heleno, estão entre os nomes que podem ser chamados para prestar esclarecimentos. O desenrolar desses depoimentos promete ser um momento crucial para o avanço das investigações.

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O Blog do Esmael acompanhará de perto todos os desdobramentos e trará atualizações em tempo real para que você, leitor, esteja sempre informado sobre os rumos desse importante processo.

Oposição questiona

Os opositores apontaram problemas no plano de trabalho apresentado. O deputado federal Felipe Barros (PL-PR) concorda com a investigação em ordem cronológica, mas disse que a atuação da PRF no segundo turno está fora do escopo da CPMI.  “O objetivo não é analisar as operações da PRF no dia do segundo turno, quando ainda sequer existiam pessoas nas ruas se manifestando. Se formos alongar para outros fatos, sugiro que investiguemos também atuação exagerada, para não usar outro termo, do TSE”, afirmou o parlamentar paranaense.  

O deputado Delegado Ramagem (PL-RJ), que chefiou a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no governo Bolsonaro, também questionou o relatório de Elisiane. Para ele, não há como conectar a ação da PRF no segundo turno das eleições com o objeto da comissão. Segundo Ramagem, “As CPIs tratam de fato determinado e têm como base o fato determinado exatamente o requerimento de abertura da CPI ou CMPI.” 

Base apoia

A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) elogiou o plano de trabalho e afirmou que os atos golpistas só ocorreram porque existia o questionamento do resultado das eleições e da posse do presidente Lula. “Isso tudo foi um processo coordenado desde o processo eleitoral”, destacou Jandira, que considerou correto o roteiro de Elisiane. “O 8 de janeiro não é só o 8 de janeiro, é um processo”, afirmou a parlamentar.

O senador Rogério Carvalho (PT-SE) foi no mesmo sentido e apontou uma tentativa de “tirar o foco de quatro anos de construção e de estímulo contra a democracia, contra as instituições democráticas no Brasil”. Para ele, os atos ocorridos no dia 8 foram “só a catarse de um povo desesperado que achava que teria um golpe no Brasil”. O senador acrescentou que foi trabalhada a ideia de um golpe, que urnas questionadas e que o presidente eleito não tomaria posse.  

Confira a lista com os 37 possíveis convocados:

  1. Adauto Lucio de Mesquita, empresário suspeito de ser financiador.
  2. Ainesten Espírito Santo Mascarenhas, empresário suspeito de ser financiador.
  3. Ailton Barros, ex-major próximo de Bolsonaro.
  4. Alan Diego dos Santos, condenado por participação na explosão de bomba no aeroporto.
  5. Albert Alisson Gomes Mascarenhas, suspeito de participar dos atos.
  6. Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do DF.
  7. Antônio Elcio Franco Filho, coronel e ex-integrante do governo Bolsonaro.
  8. Argino Bedin, empresário suspeito de ser financiador.
  9. Augusto Heleno, ex-ministro do GSI.
  10. Diomar Pedrassani, empresário suspeito de ser financiador.
  11. Edilson Antonio Piaia, empresário suspeito de ser financiador.
  12. Fábio Augusto Vieira, ex-comandante da PMDF.
  13. Fernando de Souza Oliveira, ex-secretário executivo da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal.
  14. George Washington de Oliveira Sousa, condenado por participação na explosão de bomba no aeroporto.
  15. Gustavo Henrique Dutra de Menezes, ex-chefe do Comando Militar do Planalto (CMP).
  16. Jeferson Henrique Ribeiro Silveira, motorista do caminhão-tanque em que foi colocada a bomba.
  17. Jorge Eduardo Naime, ex-chefe do Departamento Operacional da Polícia Militar do Distrito Federal.
  18. Jorge Teixeira de Lima, Delegado da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).
  19. José Carlos Pedrassani, suspeito de ser financiador.
  20. Joveci Xavier de Andrade, suspeito de ser financiador.
  21. Júlio Danilo Souza Ferreira, ex-secretário de Segurança do DF.
  22. Leandro Pedrassani, suspeito de ser financiador.
  23. Leonardo de Castro Cardoso, diretor de Combate à Corrupção e Crime Organizado (Decor) da Polícia Civil do Distrito Federal.
  24. Marcelo Fernandes, delegado da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).
  25. Márcio Nunes de Oliveira, ex-diretor-geral da Polícia Federal.
  26. Marco Edson Gonçalves Dias, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República.
  27. Marília Ferreira de Alencar, então subsecretária de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal.
  28. Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
  29. Milton Rodrigues Neves, delegado da Polícia Federal.
  30. Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra, coronel da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e ex-chefe interino do Departamento de Operações (DOP) da PMDF.
  31. Ricardo Garcia Cappelli, ex-ministro interino do GSI.
  32. Roberta Bedin, suspeita de ser financiadora.
  33. Robson Cândido da Silva, delegado-geral da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).
  34. Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal.
  35. Wellington Macedo de Souza, suspeito de envolvimento no episódio da bomba.
  36. Valdir Pires Dantas Filho, perito da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).
  37. Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro.

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One Reply to “CPMI do 8 de janeiro aprova plano de trabalho com investigações desde o 2º turno”

  1. Na boa. Todos nós sabemos quem são os responsáveis por 08/01/2023, quem foi o mentor intelectual, quem foram os executores deste atentado, seus financiadores e os malucos que foram a massa de manobra deles. Agora para que aumentar está investigação. Está na hora é de JULGAR todos eles e os encaminhar para os PRESÍDIOS que os esperam de portas abertas. Por favor ALEXANDRE DE MORAIS, desta vez peço a Vossa Eminência que faça o julgamento destes envolvidos para MORALIZAR O BRASIL.

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