O presidente do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR), desembargador Adalberto Jorge Xisto Pereira, decidiu nesta quarta-feira (15) pelo distanciamento social para conter a infecção pelo coronavírus.
O TJPR confirmou a suspensão da eficácia de dois decretos das prefeituras de Marechal Cândido Rondon e Curiúva, interior do Paraná, que autorizavam a reabertura generalizada do comércio em ambas as cidades.
A decisão do TJPR reforçou a necessidade de esforços conjuntos dos entes públicos para conter a propagação do novo coronavírus: “Necessário ter em mente neste momento que a organização do combate à pandemia deve ocorrer de maneira global, ficando a política estratégica a cargo do Estado. De nada adianta o controle da COVID-19 no Município de Cascavel, por exemplo, se em município próximo, o vírus SARS-Cov-2 continuar contaminando seus cidadãos, o que forçosamente ocorrerá, até por meio do comércio que se pretende preservar”, decidiu Xisto Pereira.
Rafael Greca afrouxa distanciamento social
Já o prefeito de Curitiba, Rafael Greca (DEM), na contramão da decisão do presidente do TJPR, autorizou a reabertura total do comércio na capital paranaense.
Em uma live transmitida nesta quarta, Greca informou que o comércio pode voltar a funcionar desde que atenda uma série de medidas que serão publicadas no Diário Oficial do Município.
A autorização do prefeito curitibano se deu um dia após a Associação Comercial do Paraná (ACP) e a Associação dos Bares e Casas Noturnas (Abrabar) fazerem um apelo pela reabertura.
Greca lembrou que a Prefeitura de Curitiba não chegou a determinar o fechamento do comércio, mas que a nova resolução deixa mais clara as atitudes que os comerciantes deverão tomar a partir da próxima sexta-feira (17).
LEIA TAMBÉM
PT aciona Justiça contra Bolsonaro por atentado à saúde pública
Com ajuda de MP de Bolsonaro, Véio da Havan suspendeu 11 mil funcionários
Gleisi acusa Bolsonaro de subnotificar mortes por coronavírus no Brasil; assista ao vídeo
“Ao contrário do que minha oposição quis grudar em mim, minha administração nunca determinou o fechamento do comércio, mas era moda na época da hashtag fecha tudo. Nós até achávamos que precisaríamos manter o comércio aberto por mais um tempo, para que não fosse muito longo o período de fechamento. Mas me desobedeceram e Curitiba viveu um período de provação”, afirmou.
Brasil tem 28.320 casos confirmados de Coronavírus e 1.736 mortes em 15 de abril
Brasil tem 28.320 casos confirmados de Coronavírus e 1.736 mortes nesta quarta-feira, dia 15 de abril, informou o Ministério da Saúde.
O País é o que menos faz testes, 296 por cada milhão de habitantes, o que significa apenas 3.378 exames de Covid-19 para uma população total de 210 milhões.
Pesquisadores acusam o governo Jair Bolsonaro de subnotificar os casos de coronavírus e, consequentemente, o número de mortes provocados pelo vírus.
A oposição aproveita a carona dos especialistas para afirmar que Bolsonaro esconde os casos, que seriam até dez vez maiores, e o Brasil seria o líder mundial de coronavírus e de mortes.
A presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, disse que o “Capitão Clorokina” quer legitimar seu discurso de que a pandemia seria uma “gripezinha” sem importância.
O dia de hoje fechou com 2.075.462 de casos de coronavírus e 134.286 mortes em 210 países, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Os Estados Unidos, por causa da subnotificação do Brasil, de acordo com pesquisados, lideram com 641.813 casos de coronavírus e 28.443 mortes.
A evolução da Covid-19 no Brasil
- 31/03 – 5.717 casos e 201 mortos
- 01/04 – 6.836 casos e 241 mortos
- 02/04 – 7.910 casos e 299 mortes
- 03/04 – 9.056 casos e 359 mortes
- 04/04 – 10.278 casos 431 mortes
- 05/04 – 11.130 casos e 486 mortes
- 06/4 – 12.056 casos e 553 mortes
- 07/4 – 13.717 casos e 667 mortes
- 08/4 – 15.927 casos e 800 mortes
- 09/4 – 17.857 casos e 941 mortes
- 10/4 – 19.638 casos e 1.057 mortes
- 11/04 – 20.727 casos e 1.124 mortes
- 12/04 – 22.169 casos e 1.223 mortes
- 13/04 – 23.430 casos e 1.328 mortes
- 14/04 – 25.262 casos e 1.532 mortes
- 15/04 – 28.320 casos e 1.736 mortes
Não são apenas números. São vidas. Se puder, fique em casa.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.