Covid-19 deixa sequelas negacionistas em apoiadores de Bolsonaro?

  • Deputado pode ter sequelas da covid-19 ao negar ditadura, dizem deputados

Foi na sessão da última terça-feira, 6 de abril, na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP). O deputado Ricardo Arruda (PSL) voltou a negar a ditadura no país entre 1964-1984. “O Brasil nunca teve ditadura!”, bradou.

Na sequência, o deputado Requião Filho (MDB) afirmou que a covid-19 pode trazer sequelas neurológicas a quem teve a doença. Uma delas pode ser negar a realidade e fatos históricos. O mesmo fez o deputado Tadeu Veneri (PT). Sem declinar nomes, é claro que os dois fizeram referência indireta a Ricardo Arruda, que contraiu a doença recentemente.

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Mas Requião e Venerei não estão de todo errados. A revista especializada The Lancet Psychiatry publicou estudo revelando que uma em cada três pessoas após superarem a covid são diagnosticadas com problemas neurológicos ou psiquiátricos nos seis meses posteriores à infecção.

Ansiedade (17%) e alterações de humor (14%) são os diagnósticos mais frequentes.

A incidência de problemas neurológicos, como hemorragias cerebrais (0,6%), acidentes vasculares cerebrais (2,1%) e demência (0,7%), é globalmente inferior, mas o risco é, em geral, maior entre pacientes que estiveram gravemente doentes de covid.

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Ao analisar os prontuários eletrônicos de 236.379 pacientes afetados pela covid, os autores do estudo concluíram que 34% deles tiveram diagnóstico de doença neurológica ou psiquiátrica nos seis meses seguintes à infecção.