Coração de pedra, Ratinho Junior está acabando com hospital infantil de Campo Largo (PR)

Médicos e enfermeiros entraram em contato com o Blog do Esmael para denunciar o desmonte do Hospital Infantil Waldemar Monastier, no município de Campo Largo, Região Metropolitana de Curitiba.

O prefeito da cidade é Maurício Rivabem (União Brasil) e o governador é Ratinho Junior (PSD), responsáveis pela manutenção da casa de saúde em regime tripartite com o governo federal.

– Espero que Requião faça algo pelo hospital Waldemar – pedem os funcionários do hospital, que recordam a construção e inauguração da unidade em dezembro de 2009 pelo então governador Roberto Requião.

Você vai se arrepiar com xingamentos de bolsonaristas contra Ratinho Junior durante missa com Bolsonaro [vídeo]

O senador e ex-governador Roberto Requião (PT), pré-candidato ao Palácio Iguaçu, se manifestou pelas redes sociais:

– Governo do Paraná gasta mais de 160 milhões ano em propaganda. Mas o hospital da criança Waldemar Monastier de Campo Largo está abandonado, sem condições de funcionamento. CANALHAS?

Desde 2014, a saúde paranaense está praticamente privatizada quando foi criada a Fundação Estatal de Saúde (Funeas). Por meio dessa entidade, faz-se contratação de funcionários, compra de equipamentos e de serviços sem a necessidade de fazer licitações ou concurso público. Uma farra.

Economia

– A Funeas está acabando com o Hospital Waldemar Monastier. Os médicos que adoravam trabalhar lá estão cansados – relatam os funcionários. “Um absurdo atrás do outro”, denunciam.

De acordo com os profissionais de saúde, 99% dos médicos contratados pelo Hospital o são por meio de PJ (Pessoa Jurídica).

Eles contam que hospital ficou mais de 1 ano sem cirurgião pediátrico mesmo possuindo duas UTIs, após o corpo médico pedir demissão em massa há quase quatro anos.

Veja o relato dos médicos do Hospital Waldemar Monastier:

► Último edital negociaram com cada especialidade cada uma teve um edital diferente.

► Vive faltando coisas básicas… mas daquelas coisas que a população não vê mas que fazem total diferença no tratamento.

► Faltam agulhas de tamanhos adequados.

► Nas especialidades que ganham por produção é o médico que fatura cada consulta e cada cirurgia manualmente (sendo que não tem um sistema que registra isso) e precisa provar que fez o trabalho.

► A tabela do SUS tem valores absurdamente defasados.

► Não temos condições de trabalho para plantão noturno. Se quiser tem que levar lençol e travesseiro de casa.

► Se se sujar em uma cirurgia e precisar tomar banho não tem toalha.

► O banheiro de funcionários do centro cirúrgico está uma vergonha, só tem a cerâmica. O rolo de papel higiênico fica pendurado num saco.

► Não temos exame contrastado.

► Não temos mais endoscopia.

► Inventaram uma telemedicina que o laudo dos exames de imagem vem de São Paulo (ou seja não conseguimos nem discutir o caso com o radiologista, fora os inúmeros laudos errados).

De acordo com médicos e enfermeiros, eles ganham como PJ [como autônomos] e não têm direitos trabalhistas – embora eles têm deveres de empregados. “Inclusive temos que bater ponto.”

Segundo os profissionais, a coisa tende a piorar. Na semana passada, eles receberam informação de que cada empresa – isto é, cada médico – terá que adquirir sei próprio relógio ponto e fazer sua folha ponto e calcular seus honorários. “O hospital só vai conferir, qual seja, temos que provar que trabalhamos.

O município de Campo Largo tem 132 mil habitantes e fica a apenas 30 km de Curitiba.