Construir a greve geral dos trabalhadores contra o golpe de Temer

milton_greveAs entidades sindicais realizam nesta terça (16) mobilizações que visam proteger emprego e garantir direitos dos trabalhadores. É neste contexto que o ativista social Milton Alves, em artigo especial, afirma que é momento de construir a greve geral contra o golpe do interino Michel Temer (PMDB). Ele recorda que o último movimento paredista nacional ocorreu em março de 1989.

Movimento sindical: Hora de preparar a greve geral

O movimento sindical atravessa uma conjuntura de grandes riscos e desafios. O processo teve início já durante o segundo mandato da presidente eleita Dilma Rousseff e ingressou na atual fase de radicalização e ofensiva patronal com o governo golpista de Temer/Meirelles

Por Milton Alves*

A classe trabalhadora brasileira é novamente tangida para a luta em defesa dos seus direitos e conquistas. Mais uma vez, o governo e os patrões querem descarregar nos ombros dos trabalhadores o peso da crise econômica e social em curso.

Trata-se da maior ofensiva antitrabalhista desde os anos do governo neoliberal de Fernando Henrique(PSDB). A atual ofensiva antioperária teve início no segundo mandato da presidente Dilma, com a nomeação de Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda, e a adoção de uma política de ajuste e arrocho, que sangrou as bases sociais do governo, abrindo objetivamente o caminho para o golpe do impeachment.

Economia

O governo golpista de Temer/Meirelles prepara um vasto e abrangente pacote de maldades contra os trabalhadores, que visa enterrar a CLT, eliminando os dispositivos da legislação protetiva do trabalho. Ao mesmo tempo, apresenta também um projeto de reforma previdenciária regressivo e desumano, que afetará a aposentadoria de milhões de trabalhadores.

Numa conjuntura adversa com a escalada do desemprego: já são quase 12 milhões de trabalhadores desempregados, o que pressiona para baixo as negociações salariais. Um exemplo disso, foi o acordo celebrado entre o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e a Volks, a montadora empurrou goela abaixo dos trabalhadores um acordo que implica em reajuste zero de salário até 2019, abertura de PDV, Lay-off e PPE -, uma brutal chantagem em nome da manutenção do emprego.

Ou seja, trocar direitos e reajustes de salários por emprego. Um padrão de negociação rebaixado, que a classe trabalhadora só romperá se unificar e politizar a luta, mobilizando o conjunto das categorias.

Neste sentido, é alentadora a unidade das centrais sindicais que vem sendo construída neste processo de luta e resistência. As manifestações unitárias que serão realizadas nesta terça-feira(16) apontam para a construção de um grande movimento nacional unificado da classe trabalhadora para derrotar o arrocho e o desemprego.

Construir a greve geral

A preparação da greve geral é uma tarefa posta na ordem do dia para as centrais sindicais. Convocar e preparar uma poderosa greve geral vai exigir muito trabalho e esforço, plenárias e assembleias nos locais de trabalho, ações conjuntas das entidades sindicais e a unificação das campanhas salariais neste segundo semestre.

A última greve geral no país ocorreu durante o governo Sarney em março de 1989, portanto, lá se vão mais de duas décadas. Toda uma camada de jovens trabalhadores não possui ainda a experiência de ter participado de uma greve geral. É mais um desafio para as direções sindicais a incorporação desse amplo contingente na luta em defesa dos direitos, da preservação do emprego e da renda do trabalho.

*Milton Alves é ativista social, gestor público, militante do Partido dos Trabalhadores em Curitiba. Autor do blog www.miltonalves.com.

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