Conselho Federal de Economia repudia declarações de Bolsonaro sobre economistas

O Conselho Federal de Economia (Confecon), através de seu presidente, Wellington Leonardo da Silva, repudiou nesta terça-feira(20), a declaração do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), atribuindo aos economistas a crise econômica em curso no país.  Ao tomar conhecimento da afirmação feita à Folha de São Paulo por Jair Bolsonaro de que “quem ferrou o Brasil foram economistas”, venho repudiar veemente sua assertiva, diz um trecho da nota do Conselho Federal.

O presidente do Confecon, Welligton Leonardo da Silva, lembrou também que presidente eleito, Jair Bolsonaro, já afirmou inúmeras vezes que não entende de economia e que quem comandará as operações econômicas de seu governo é “o guru econômico Paulo Guedes”.

Leia a íntegra da nota:

“Ao tomar conhecimento da afirmação feita à Folha de São Paulo por Jair Bolsonaro de que “Quem ferrou o Brasil foram os economistas”, venho repudiar veementemente sua assertiva.

Mesmo não estranhando que o autor tenha proferido a frase, tendo em vista que ele mesmo já afirmou não ter conhecimento da Ciência Econômica, devo, por dever de ofício, informar que os insucessos das políticas econômicas que os banqueiros, rentistas e conservadores tentam implantar no País devem ser creditados ao modelo econômico equivocado, escolhido por eles em benefício próprio, e seguido pela maioria dos governantes, que em algumas ocasiões entregaram a gestão até a ex-gerentes de bancos.

Aliás, tal qual o presidente eleito faz agora, com sua equipe de “Chicago boys” retrô, chefiada por Paulo Guedes, cuja matriz teórica não é mais defendida nem por aqueles que foram seus mestres.

Economia

A situação pela qual o Brasil passa não se deve à falta de capacidade teórica ou de sólidos conhecimentos técnicos por parte dos Economistas brasileiros, mas sim às escolhas feitas por aqueles que se julgam elite, sem merecer a denominação.

Trata-se de mais uma postura lamentável de quem já teve tantas outras.”

Wellington Leonardo da Silva
presidente do Conselho Federal de Economia