Como a federação partidária atrapalha a reeleição de Ratinho Junior no Paraná

O governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), tem péssimas notícias neste fim de ano. Além de três palanques nacionais, que o ilham, o mandatário ainda sofre com os efeitos colaterais do surgimento da federação partidária –instituto novo que substitui as coligações entre partidos.

Ratinho está espremido entre os palanques nacionais de Lula, Bolsonaro e Moro. Se o governador pudesse, colocaria um pé em cada canoa –apesar do ditado popular aconselhar que quem muito quer nada tem.

Na noite passada, quando fazia frio de 12 graus em Curitiba, veio notícia de que o PSB irá se federar com o PT. Caiu como uma ducha de água fria no governador Ratinho Junior. Ele teria ficado furioso por perder a sigla para seu principal adversário, Roberto Requião, dileto aliado do ex-presidente Lula e do PT no Paraná.

O problema é que os parlamentares socialistas, da base de apoio a Ratinho na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP), remanescentes do PSB, terão de buscar novo abrigo. Eles cogitam voltar ao Velho MDB de Guerra, que aderiu ao governo do estado e alguns ao governo Bolsonaro com a saída de Requião. Mas a questão não é bem assim.

Nacionalmente, o MDB lançou a pré-candidatura da senadora Simone Tebet (MS) para presidente. Ela tem zero de intenção de voto nas pesquisas. Paralelamente, os mandachuvas emedebistas –José Sarney, Eunício Oliveira, Edison Lobão, Romero Jucá, dentre outras raposas da agremiação, trabalham pelo apoio a Lula já no primeiro turno. Ou seja, os parlamentares socialistas paranaenses podem remar, remar, remar e não sair do lugar.

A característica da federação partidária é interessante porque verticaliza a associação nacionalizada e estabelece uma obrigatoriedade de convivência por quatro anos –enquanto durar o mandato– por meio de um programa mínimo.

Economia

Nesse sentido, além de PSB, MDB ainda discute a federação com o PT e Lula –que lidera as pesquisas e pode vencer no primeiro turno. A força gravitacional do ex-presidente é incrível e tem atraído muito os partidos políticos. A expectativa da vitória do petista é uma boa notícia para Requião e péssima para Ratinho Junior.

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