Com Bolsonaro o k-suco vai ferver nas escolas, diz jornal francês Le Monde

“Jair Bolsonaro lance la guerre de l’école”, diz manchete do jornal francês Le Monde. Traduzindo em bom português: o k-suco vai ferver nas escolas e nas universidades com a posse do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).

LEIA TAMBÉM
A pedido de Bolsonaro, Temer corta R$ 77,8 milhões de programas de saúde mental

A edição impressa deste domingo (18) descreve a “cruzada” da extrema direita brasileira contra o sistema educacional, encorajada pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro, que buscará atenuar as críticas à ditadura militar (1964-1985) reescrevendo a história.

O Le Monde adverte na capa que “a extrema direita brasileira, convencida de que a escola é assombrada pelo comunismo e pela apologia de comportamentos desenfreados, está apoiando um projeto de lei que visa obrigar os professores à neutralidade e ao respeito às convicções do aluno, de seus pais ou responsáveis”, detalha o periódico.

Assim, os professores estariam impedidos de contradizer as famílias a respeito de temas como educação moral, sexual e religiosa. “E Bolsonaro ainda quer que os alunos possam filmar seus professores para denunciá-los”, acrescenta a reportagem ao retratar a pretendida “Escola com Censura”.

O jornal francês descreve uma cena que já se tornou comum entre os apoiadores de Bolsonaro. Em pleno Congresso, o deputado e ex-policial Eder Mauro fez sinal que iria metralhar deputados da oposição que pediam respeito aos professores no plenário da Casa. O tumulto aconteceu durante a apresentação do projeto “escola sem partido”, no dia 13 de novembro. Fomentada pela extrema direita e o lobby evangélico, o texto, rebatizado de “lei da mordaça” pela oposição, é baseado na ideia de que haveria hoje escolas dominadas pelo comunismo, ensinando valores depravados e divulgando a “teoria de gênero”.

Economia

Le Monde finaliza sua matéria ressaltando que o texto [Escola com Censura] tem poucas chances de ser aplicado no Brasil. O Supremo Tribunal Federal deve se opor ao seu conteúdo, que vai contra a liberdade de expressão. Mas com ou sem lei, a tensão cresce, influenciada por um Jair Bolsonaro prestes a privatizar de forma massiva o ensino [implantando o voucher] e que defende que alunos possam filmar seus professores para facilitar o processo de delação.

Resumo da reportagem do francês Le Monde: o k-suco vai ferver contra o fascismo nas escolas brasileiras.