por Ricardo Gomyde*
O país-sede nem sempre, como já vimos, vence a Copa do Mundo dentro do campo. Mas uma coisa é certa: a população festeja um desenvolvimento que deixa em seu rastro um legado incomensurável. O megaevento esportivo mais cobiçado e acompanhado do planeta é um motor de progresso e farol de projeção geopolítica.
Os números são promissores. O último balanço da Copa, que tem como referência o mês de setembro, mostra que os investimentos públicos e privados alcançam R$ 25,6 bilhões, sendo:
– R$ 8 bilhões em obras de mobilidade urbana;
– R$ 8 bilhões em construção e reformas de estádios;
– R$ 6,3 bilhões em aeroportos;
– R$ 1,9 bilhão em segurança;
– R$ 600 milhões em portos;
– R$ 400 milhões em telecomunicações;
– R$ 200 milhões em infraestrutura turística;
– R$ 200 milhões em instalações complementares.
O Brasil conquistou o direito de sediar a Copa em 2007. Pois, de lá para cá, investimentos da União em educação quase triplicaram e os destinados à saúde mais que dobraram. A educação recebeu R$ 311,6 bilhões. A saúde, R$ 447 bilhões.
Os argumentos contra os estádios de “padrão Fifa” são autodepreciativos e se repetem desde a construção do Maracanã no fim da década de 1940. Merecemos estádios à altura do nosso futebol, para conforto e segurança do torcedor. Até agora, aproximadamente R$ 4 bilhões foram emprestados – e não doados – pelo BNDES a empresas e governos estaduais.
Além disso, devem ser gerados 3,6 milhões de empregos !“o que equivale a população do Uruguai. A arrecadação de impostos atingirá R$ 11 bilhões e a população vai auferir renda adicional de R$ 63,48 bilhões apenas nesse quadriênio. Nada menos que dois terços, segundo a última pesquisa do Datafolha, continuam apoiando a realização do evento. Para os entrevistados, será uma “Copa alegre”.
Com todas as nossas deficiências e deformidades históricas, nenhuma delas introduzida ou agravada pela Copa, seremos capazes de usufruir os resultados de um evento que gera desenvolvimento em todos os campos.
A festa do futebol inova ou acelera obras de infraestrutura, traz turistas, melhorias da segurança, empregos, aumentocapilarizado de negócios e consequente incremento do PIB. Também aperfeiçoa mecanismos de transparência e escrutínio dos gastos públicos.
Esperamos que ao soar o apito final no Maracanã, em 13 de julho de 2014, o Brasil seja campeão. De todo modo, como realidade concreta e irreversível, ficará um resultado extraordinário para benefício do povo brasileiro: seu progresso e projeção geopolítica.
Aproveito para desejar a todos os leitores um Natal de muita paz e que 2014 seja pleno de realizações e alegrias.
*Ricardo Gomyde, diretor de Futebol do Ministério do Esporte, especialista em políticas de inclusão social, é membro da Comissão Organizadora da Copa do Mundo no Brasil em 2014. Escreve nos sábados no Blog do Esmael.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.
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