Marcelo Araújo*
Desde a semana passada o cenário político nacional está centrado na aceitação do pedido de impeachment da Presidenta. Seria um momento oportuno para um pedido de interdição do prefeito Gustavo, pois não é possível que goste tanto de martelar os dedos.
O Bruxo dos bruxos do norte ao sul do mundo, Chik Jeitoso, define bem seu estado de espírito: “Ele está esquisito, parece perturbado, acho que são encostos que o acompanham.”
Semana passada também foi marcada por mais uma das esquisitices. Não satisfeito com o insucesso do case Vó Gertrudes, ele conseguiu se superar com o outdoor usado para demonstrar o quanto ele é deficiente.
A prefeitura pode estar tentando concorrer com a marca Benetton em termos de publicidade polêmica, mas chega de exagerar na dose. Provérbio adequadíssimo é que a diferença entre remédio e veneno é a dose. Por falar em Prefs, bom humor e descontração agrega simpatizantes, mas não se pode perder o amigo para não perder a piada quando se trata da coisa pública. Entre princípios que a regem, como legalidade, impessoalidade, finalidade, moralidade, publicidade, em Curitiba poder-se-ia acrescentar seriedade.
Já que o prefeito acusa os deficientes de privilegiados, não trata de forma muito diversa os idosos. Ele literalmente pisa em cima deles. Desrespeitar vagas de idosos e deficientes tornou-se um sacrilégio, e nesse quesito a Santa Inquisição não deve perdoá-lo. Ele estaciona na vaga de idoso do estacionamento da prefeitura! A heresia foi praticada no exercício do cargo, e com seu veículo de uso oficial de placas AXS-9051, pertencente à Cotrans, e de seu uso.
Belo veículo que contraria sua postura franciscana, talvez para parecer mais como um carro de propriedade pessoal fugindo dos tradicionais sedãs Ômega e Cruize. O referido veículo também não respeita as cercanias metropolitanas, pois no dia 18/11/15 às 12:04hs estava no aeroporto em local proibido, conforme notificação que deve ter recém chegado.
Seu padrinho Celso Nascimento, colunista da decadente Gazetona, certamente não repercutiria o pecado do afilhado quando se especializava em demonizar supostos infratores, que de tanto falar resolveu entrar para o rol com uma, ou melhor duas contramãos seguidas (Imaculada Conceição e Comendador Roseira, conforme B.O. 57699/15).
Por falar em veículos, qual foi o reco-reco entre o Conselho Tutelar e a FAS, que desvinculou até a plotagem dos carros que possuíam as duas logos? Houve alguma confusão com verbas federais ou coisa parecida? A primeira-dama pode explicar?
De multa eu entendo!
*Marcelo Araújo é advogado, presidente da Comissão de Trânsito, Transporte e Mobilidade da OAB/PR. Escreve nas terças-feiras para o Blog do Esmael.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.
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