Ademar Traiano*
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou ter assinado a liberação do empréstimo de R$ 817 milhões do Proinveste para o Paraná. à‰ preciso ter cautela. Diversos anúncios sobre essa liberação foram feitos, resultando sempre em frustração.
O Paraná tomou medidas extremas para chegar à assinatura de Mantega. O estado foi ao Supremo Tribunal Federal e obteve três liminares para liberar o dinheiro. A desobediência a essas determinações do STF levou o estado solicitar a aplicação de multas diárias (R$ 500 mil) e prisão do secretário do Tesouro Nacional (STN), Arno Augustin.
Só mesmo com o risco de aumentar a bancada do PT na Papuda e Dilma ter um secretário do Tesouro despachando da prisão – junto do Zé Dirceu, do Genoino e do Delúbio – saiu o anúncio da liberação.
O drama do Paraná com empréstimos, recursos e obras federais começou quando a senadora Gleisi Hoffmann tomou posse na Casa Civil, em 8 de agosto de 2011. A partir daí tudo começou a dar errado nas relações do estado com o governo federal.
à‰ na Casa Civil que os pedidos de empréstimos aos estados são avaliados. Candidata ao governo do Paraná Gleisi agiu deliberada e friamente contra o estado que a elegeu.
A estratégia de Gleisi é prejudicar o Paraná para facilitar o projeto de se eleger governadora do estado pelo PT. Nunca se importou com o fato que mirando o governador acerta o povo paranaense.
Agora, é preciso falar sério. Ninguém, que não seja tolo, cínico ou mau caráter, pode imaginar que, confirmada a liberação de recursos (que todos estados já receberam há quase dois anos), todos problemas do estado estão resolvidos e zera a conta de Gleisi com o Paraná.
Os prejuízos causados pela senadora são imensos e irreparáveis. O Paraná teve de adiantar R$ 400 milhões em recursos próprios para cobrir compromissos que deveriam ser bancados pelo Proinveste. Esse dinheiro faltou para atender outras demandas do estado.
Também não se tem notícias de outros R$ 3 bilhões em empréstimos para o estado que continuam bloqueados na STN. Isso sem falar nas obras que deixaram de vir ao Paraná por ação ou omissão da senadora em seus tempos de ministra e depois como senadora, onde continua a agir 24 horas por dia contra o Paraná.
Gleisi e o PT negam, histericamente, a perseguição ao Paraná. Dados oficiais do governo federal a confirmam:
– O Paraná é o estado com menor número empréstimos no governo Dilma. Desde 2011, o estado recebeu aval definitivo da STN para apenas duas negociações, que somam R$ 953,5 milhões. Incluindo aí o empréstimo para a Arena da Baixada. Santa Catarina, que não terá Copa, recebeu R$ 9,78 bilhões, dez vezes mais.
– O paranaense recebe R$ 87,00 por habitante do governo federal. O Rio Grande do Sul, estado com porte semelhante ao do Paraná recebe R$ 435,00 por habitante.
Em editorial de 20 de abril a Gazeta do Povo avalia as espantosas dificuldades do Paraná receber recursos federais. A conclusão não poderia ser mais clara:
A então ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann !“, fez o possível e o impossível para barrar a liberação, em uma atitude que parece mais guiada pelo desejo de prejudicar adversários políticos e alavancar a própria carreira que pelo cuidado com o Paraná!.
*Ademar Traiano é deputado estadual pelo PSDB e líder do governo Beto Richa na Assembleia Legislativa. Ele escreve à s quartas-feiras sobre governo e parlamento.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.