Ademar Traiano*
Se alguém ainda precisa de uma prova que o Paraná sofre uma perseguição do governo federal no caso dos empréstimos, o Supremo Tribunal Federal forneceu, não uma, mas duas provas. Em 12 de fevereiro o STF reconheceu a razão do Paraná e concedeu liminar determinando imediata liberação de empréstimo de R$ 817 milhões, parado na Secretaria do Tesouro Nacional (STN). O governo federal, instigado pela senadora petista Gleisi Hoffmann, que persegue o Paraná de forma incansável e aloprada, desobedeceu ao Supremo. O empréstimo não foi pago.
O Paraná voltou a recorrer ao STF. Os argumentos do estado triunfaram de novo. O ministro Marco Aurélio Mello determinou, no último dia 3, o cumprimento imediato da liminar de fevereiro. Agora sob pena de multa de R$ 100 mil por dia de atraso, independentemente da responsabilidade cabível, considerados os campos cível e penal!.
Ou seja, se continuar a desobedecer ao Supremo, além de queimar dinheiro público (R$ 100 mil ao dia), como faz desde a sexta-feira, o governo Dilma corre o risco de passar o vexame de ver o chefe da Secretaria do Tesouro Nacional, Arno Augustin ser preso.
A papagaiada repetida pelo PT, de que o Paraná não recebe recursos por estar inadimplente está desmoralizada. Ao descumprir ordens judiciais o PT escancara a motivação política da discriminação.
A novela do Proinveste é o caso mais flagrante da perseguição. O Proinveste foi lançado em 2012. Todos estados brasileiros receberam. Todos, menos o Paraná.
Como todos estados, menos o Paraná, receberam o Proinveste, seria preciso, para que a ladainha do PT fizesse sentido, que as finanças do estado estivessem pior que todos os demais estados. Isso não é verdade.
A prova está em um comparativo feito com base em dados do próprio governo federal. O comprometimento das receitas do Paraná nunca ultrapassou 49%, que é o limite para a concessão de empréstimos.
Mas estados que romperam esse limite recebem empréstimos normalmente. Além do Proinveste a Paraíba teve cinco empréstimos, no valor R$ 1,4 bilhão, liberados pela STN. O dinheiro saiu apesar de o estado ter comprometido 50,5% de sua receita com pessoal.
Tocantins liberou empréstimos de R$ 522 milhões com 49,5% de suas receitas comprometidas. Alagoas, R$ 618 milhões com 49,05% de comprometimento. Só o Paraná não recebe.
Entender porque isso ocorre é fácil. Asfixiar as finanças paranaenses é essencial ao plano do PT de eleger Gleisi Hoffmann governadora. Prejudicar o próprio estado não faz a senadora perder o sono.
Gleisi que, quando ministra, encarregou um pedófilo de tocar os programas para menores do governo federal, não se acanha de ir contra os interesses dos paranaenses e brasileiros.
Ela ignorou 83% dos brasileiros ao derrubar a emenda que reduzia a maioridade penal para crimes hediondos. Agora agride, ao melar a CPI da Petrobras, os 78% que acreditam existir corrupção na estatal.
Não se pode dizer, contudo, que Gleisi Hoffmann seja uma ingrata total. Quando saiu da Casa Civil fez questão de dizer: “Agradeço em especial ao Arno Augustin, que nunca mediu esforços para ajudar”.
*Ademar Traiano é deputado estadual pelo PSDB e líder do governo Beto Richa na Assembleia Legislativa. Ele escreve à s quartas-feiras sobre governo e parlamento.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.
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