Ademar Traiano*
Quem imaginou que Gleisi Hoffmann iria moderar sua sanha contra o Paraná depois de sair da Casa Civil pode ir tirando o cavalinho da chuva. No Senado Gleisi continua, dia e noite, agindo contra os paranaenses.
Matéria do jornal O Estado de S. Paulo, revela que a primeira atitude da ex-ministra ao voltar ao Senado foi fazer uma espécie de “rolezinho” do mal contra o Paraná. Gleisi “atuou nos bastidores para impedir a votação na semana passada do projeto de renegociação das dívidas de estados e municípios com a União”, diz o Estadão.
O Projeto de Lei sabotado pela ação de Gleisi é o 238/13 que altera o indexador das dívidas de estados e municípios com a União. A correção da dívida do Paraná passaria a ser feita com base no IPCA, ou Selic, mais 4% de juros ao ano. O governo federal usa para correção das dívidas o IGP-DI, mais 6% a 9% de juros.
Se o Projeto fosse aprovado o Paraná faria uma economia de R$ 14 bilhões. A dívida do estado com a União cairia de R$ 31 bilhões para 17 bilhões até 2028. Mensalmente, o Paraná economizaria R$ 20 milhões. Dinheiro que poderia ir para saúde, educação e segurança pública. Os paranaenses podem debitar mais esse prejuízo na conta de Gleisi Hoffmann.
O Paraná contraiu uma dívida de R$ 5 bilhões na década de 90. O estado já pagou R$ 11 bilhões, mas, por causa do atual sistema de juros e encargos, ainda deve R$ 9,3 bilhões. Como está, a dívida é impagável. Gleisi impediu que se rompesse esse círculo vicioso.
O PT trabalha para criar dificuldades que se convertam desgastes políticos imaginando facilitar a realização de uma antiga ideia fixa: tomar o poder no Paraná. Usa uma estratégia, de evidente má fé, que esbarra em obstáculos inesperados. Apesar de toda a sabotagem selvagem, do desvio de receitas, dos bloqueios de empréstimos, da exclusão do Paraná de obras federais, o estado se mostra maior e mais forte do que seus agressores.
Mesmo com todos os prejuízos impostos pelo PT, os indicadores sociais e econômicos paranaenses são significativamente melhores que a média brasileira. O Paraná atraiu R$ 30 bilhões em investimentos em 3 anos, nosso PIB é maior que o brasileiro, o desemprego é menor, a renda média, a produção industrial e agrícola superam de longe a média nacional.
à‰ falsa a ideia, disseminada pelo PT, que o Paraná vive uma situação de descontrole econômico enquanto os outros estados navegam em um mar de tranquilidade. Manchete do jornal Folha de São Paulo da última segunda-feira, 17, diz: Metade dos Estados tem gastos acima das receitas!. Entre eles, estados governados pelo PT (Acre e Distrito Federal). O Paraná não está nesta lista.
A população percebeu, e muito bem, o que os ministros petistas paranaenses em geral e Gleisi Hoffmann em particular estão fazendo para causar danos ao estado. A aposta na ignorância popular já provou ter sido um grande erro. Ela se tornou evidente no primeiro evento que Gleisi participou como pré-candidata.
No último dia 14 Gleisi fez uma palestra na Universidade Estadual de Maringá. Foi interrompida por vaias e protestos pelas ações praticadas como ministra, inclusive pelo bloqueio dos empréstimos do Paraná. O clima ficou tão ruim que teve de abreviar o discurso e acabou saindo à francesa, escoltada.
A ideia que poderia prejudicar o Paraná em Brasília, primeiro na Casa Civil, e agora no Senado, e depois vir ao Paraná pedir votos tranquilamente precisa ser repensada. O eleitor é bem informado, sabe com quem está lidando e lembra perfeitamente o que a senadora do “rolezinho” fez nos verões passados.
*Ademar Traiano é deputado estadual pelo PSDB e líder do governo Beto Richa na Assembleia Legislativa. Ele escreve à s quartas-feiras sobre governo e parlamento.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.