Colômbia anuncia na ONU fim da política “Guerra às Drogas”

Diferente de Michel Temer, o presidente da Colômbia Juan Manuel Santos se recusa a curvar-se a Donald Trump e à política antidrogas dos Estados Unidos.

Em pronunciamento nesta terça-feira (19) na ONU, em Nova York, o presidente colombiano disse que é preciso entender o consumo de drogas como um assunto de saúde pública e não de política criminal.

“A guerra contra o narcotráfico cobrou muitas vidas, e na Colômbia estamos pagando um preço muito alto, talvez o mais alto entre todas as nações, e o que estamos vendo é que o remédio está sendo pior que a doença”, discursou Santos.

Para pôr fim à guerrilha que durou mais de 50 anos, a Colômbia atendeu aos apelos das Farcs e de camponeses e deixou de fumegar plantações de coca no país.

Não foi somente em relação à “Guerra às Drogas” que há divergência entre o presidente colombiano e Trump. A questão da Venezuela também opõe ambos, pois Juan Manuel Santos é contra uma intervenção militar no país de Nicolás Maduro.

“Reiteramos ao presidente Trump, reiteramos também aos demais países, que qualquer intervenção militar não teria nenhum tipo de apoio da América Latina”, antecipou ontem (18) a Trump o presidente colombiano ontem (18).

Economia

Sobre a guerra às drogas

A doutrina de “Guerra às Drogas” nascida nos Estados Unidos nos anos 70 e adotada pelas agências internacionais, como a ONU, teve um incrível seletivismo devido à hegemonia norte-americana nas mesmas, que determinou que tipos de drogas seriam lícitas ou não seriam ilícitas, com um viés sobretudo geopolítico, haja vista que a lista de proibições serem uma escolha de quem está no comando.

Ao insurgir-se contra a política de “Guerra às Drogas” patrocinada pelos Estados Unidos, o presidente da Colômbia Juan Manuel Santos refaz o caminho do libertário Simón Bolívar. Trata-se da recuperação da autonomia da soberania colombiana aviltada há mais de 50 anos.

No Brasil, além de vidas ceifadas pela doutrina importada dos EUA, cerca de 150 mil pessoas — a maioria mulheres, jovens entre 18 e 29 anos — estão presos em situações degradantes devido à repressão. Os dados são do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Portanto, o Brasil precisa parar de curvar-se ao “Grande Irmão” e afirmar-se quanto Nação Soberana. Afinal, o que é mais importante: cuidar da saúde de sua juventude ou matá-la como vem fazendo atualmente?

Comments are closed.