Collor pede ‘perdão’ ao povo brasileiro por confisco da poupança em 1990

O ex-presidente Fernando Collor foi ao Twitter nesta segunda-feira (18) para pedir, trinta anos depois, perdão por ter confiscado a poupança de milhões de brasileiros. Uma medida que gerou cao econômico e o suicídio de centenas de pessoas. O confisco pegou o país de surpresa em 16 de março de 1990.

Collor durante o segundo turno das eleições presidenciais de 1989 acusava Lula de planejar o confisco da poupança e das casas das pessoas. Mas foi Collor no governo que aplicou a perversa medida do confisco da poupança.

“Pessoal, entendo que é chegado o momento de falar aqui, com ainda mais clareza, de um assunto delicado e importante: o bloqueio dos ativos no começo do meu governo. Quando assumi o governo, o país enfrentava imensa desorganização econômica, por causa da hiperinflação: 80% ao mês!”, escreveu.

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O ex-presidente, que sofreu impeachment em 1992, ainda tenta justificar a medida desastrada e criminosa. “Os mais pobres eram os maiores prejudicados, perdiam seu poder de compra em questão de dias, pessoas estavam morrendo de fome. O Brasil estava no limite! Durante a preparação das medidas iniciais do meu governo, tomei conhecimento de um plano economicamente viável, mas politicamente sensível, com grandes chances de êxito no combate à inflação. Era uma decisão dificílima. Mas resolvi assumir o risco. Sabia que arriscava ali perder a minha popularidade e até mesmo a Presidência, mas eliminar a hiperinflação era o objetivo central do meu governo e também do País. Acreditei que aquelas medidas radicais eram o caminho certo. Infelizmente errei. Gostaria de pedir perdão a todas aquelas pessoas que foram prejudicadas pelo bloqueio dos ativos. Eu e a minha equipe não víamos alternativa viável naquele início de 1990. Quisemos muito acertar. Nosso objetivo sempre foi o bem do Brasil e dos brasileiros”, justificou o veterano político da oligarquia alagoana.