O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) informou por meio da Portaria 182/2020, de 14 de setembro de 2020, o cancelamento da 58ª Sessão Extraordinária do órgão, agendada inicialmente para esta terça-feira (15/9), às 15h. A medida foi tomada após confirmação de que o presidente do CNJ, Luiz Fux, testou positivo para a Covid-19 e vai manter o isolamento social.
A reunião plenária não previa ao julgamento de processos. Em ato solene, Fux presidiria a primeira sessão do Conselho desde a posse no cargo de presidente, em 10 de setembro, com apresentação de eixos da gestão. Até o momento, está mantida a realização da 318ª Sessão Ordinária, no dia 22 de setembro.
Fux tomou posse na quinta-feira (10) como presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e sentou-se ao lado do presidente Jair Bolsonaro. Ambos estavam de máscaras.
Cabe ao presidente do STF acumular a presidência do CNJ.
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Eleições 2020 sob risco
Observadores da política estão horrorizados com aglomerações em diversas regiões do País.
De aeroportos a praias, neste início de primavera, todos estão lotados.
Autoridades sanitárias brasileiras preveem uma nova onda da pandemia entre os dias 15 de outubro e 1º de novembro, nas vésperas das eleições municipais de 2020.
O primeiro turno das eleições deste ano foi adiado do início de outubro para o dia 15 de novembro, justamente em virtude da pandemia.
Dois governadores de estados, ouvidos pelo Blog do Esmael, dizem que a pandemia está “estável”, porém, alertam que as aglomerações podem ampliar o número de casos de infecções.
Entretanto, afirmam os governadores, o poder público está mais bem preparado para lidar com a doença e tem mais recursos materiais e humanos para esse enfrentamento.
Segundo esses mesmos gestores, ou haverá uma “imunização de manada” –e não precisará de vacina, como preconiza o presidente Jair Bolsonaro— ou não vai ter eleição em 2020.
“Quem vai mandar mãe votar?”, perguntou um entrevistado, que pediu para não ser identificado.
É bom que fique claro que não há nenhum comunicado oficial do TSE sobre novo adiamento das eleições. O tribunal sequer cogitou recuar na data do pleito, por ora.
Se as eleições 2020 forem mantidas com um quadro de avanço da pandemia, a tendência é que o número de abstenções sejam recordes. Nesse cenário, especula-se, os atuais prefeitos e vereadores mais que quintuplicam sua vantagem competitiva em relação aos adversários.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.