Cartinha de Temer para Dilma, em 2015, motivo de chacota, foi o marco do golpe de Estado no ano seguinte

A cartinha escrita por Michel Temer (MDB), assinada pelo presidente Jair Bolsonaro, propondo rendição condicional ao ministro do STF Alexandre de Moraes, alimentou chacotas na esquerda nas últimas horas. Os ótimos memes já justificam o preço absurdo da internet no país, porém é importante lembrar que de golpe o Vampirão Neoliberalista entende. Senão vejamos.

Em 2015, numa carta à então presidenta Dilma Rousseff (PT), Temer reclamou que petista se reuniu com Biden sem a presença dele.

“Recordo, ainda, que a senhora, na posse, manteve reunião de duas horas com o Vice Presidente Joe Biden – com quem construí boa amizade – sem convidar-me o que gerou em seus assessores a pergunta: o que é que houve que numa reunião com o Vice Presidente dos Estados Unidos, o do Brasil não se faz presente?”, desabafou.

A missiva de Temer para Dilma fora o pretexto e o sinal para o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (MDB-RJ), dar início ao impeachment da petista.

Voltemos ao “grande acordo” costurado entre Bolsonaro e “Xandão”, avalizado por Temer.

Bolsonaro salvou a própria pele e de seus quatro filhos 01, 02, 03 e 04. Em troca desse salvo-conduto para terminar o mandato –sem sofrer impeachment ou cassação– o presidente não poderá concorrer em 2022.

Economia

Na undécima hora, o jornalista bolsonarista Oswaldo Eustáquio foi incluído nesse grande acordo com Supremo e tudo.

O objetivo da remoção de Bolsonaro é derrotar o ex-presidente Lula e o PT no ano que vem. O candidato petista lidera todas as pesquisas e pode vencer no primeiro turno.

Sem o presidente na jogada, abre-se as portas para a suposta “terceira via” –o candidato da velha mídia e da burguesia paulistana.

Além de tentar barrar a volta de Lula, de lambuja, Temer ainda pode virar chanceler –o ministro das Relações Exteriores– ou, se preferir, ganhar uma embaixada nos Estados Unidos, Portugal ou Inglaterra.

Bem-vindo à verdade, ao Blog do Esmael.

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“Sempre que fui chamado para ajudar o país, busquei o diálogo e coloquei as instituições acima dos homens. A solução para muitos problemas que os brasileiros enfrentam está na pacificação e no entendimento. Torço para que sigamos nesse caminho hoje e sempre”, escreveu Michel Temer no seu perfil nas redes sociais.