Carta do PCC e diálogo sobre o PT são falsos, aponta o Estadão

O jornal O Estado de São Paulo consultou a veracidade de uma carta e de áudios atribuídos à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) e concluiu que ambos são falsos e foram produzidos para atacar o Partido dos Trabalhadores.

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A carta apócrifa atribuída a Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, foi publicada nas redes sociais para atacar o PT. A mensagem é uma “nota de repúdio” à divulgação de áudio interceptado em que um membro da facção dizia ter um “diálogo cabuloso” com o partido.

O Estadão consultou o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, que investiga o PCC desde 2005 e é considerado um dos principais especialistas no combate ao grupo criminoso.

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Segundo Gakiya, a carta “tem todo indicativo de ser falsa”. “Não tem nenhum setor específico que faria esse tipo de coisa no PCC, temos várias investigações em andamento e a gente não apurou nada que pudesse concluir que eles mandassem fazer essa resposta”, afirmou.

Sobre os áudios que citavam um “diálogo cabuloso com o PT”. Na opinião de Gakiya é “pouco provável” a existência de um vínculo entre o PT e o PCC.

“O que eu poderia dizer é que não tem nem lógica: o governo do Estado de São Paulo é do PSDB”, afirmou o promotor. “No governo federal, os últimos dois anos era o governo Temer. Em que ajudaria o contato do PCC com o PT? Aqui em São Paulo nunca pegamos isso.”

Outra especialista em PCC, a socióloga Camila Nunes Dias, professora da Universidade Federal do ABC e autora do livro “A Guerra: a ascensão do PCC e o mundo do crime no Brasil”, também corrobora a opinião de Gakiya,

As informações são do Estadão.